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Resumo: O presente artigo procura demonstrar que há uma forte similaridade entre a maneira pela qual o escritor norte-americano J.D. Salinger construiu os vários personagens criança de Nine Stories (1953) – especialmente aquele nomeado Teddy – e a poética romântica da infância, inaugurada por autores ingleses como William Blake e William Wordsworth, onde a criança é representada como uma entidade sagrada, portadora de uma pureza e sabedoria celestiais. Para tanto, operamos uma análise direta dos contos de Salinger – pela qual exploramos suas personagens e técnicas literárias –, mas também uma ampla revisão bibliográfica que visa rastrear os motivos que levaram ao surgimento dessa poética literária da infância no século XVIII e sua continuidade até o século XX, além de identificar algumas das interinfluências das doutrinas filosóficas, teológicas e psicanalíticas que debateram a infância durante os últimos séculos. Desta forma, o presente artigo transita por questões como: desenvolvimento e educação infantil, o pecado original, inocência, experiência social e mundana, pureza de intenções e estado natural, iluminação espiritual, Salvação Cristã e Nirvana Zen-Budista. Elementos que se vinculam à sacralização da infância operada por diversos autores de textos literários, a exemplo de Blake, Wordsworth e, claro, Salinger.