Kátia Sheylla Malta Purim, Daniel Emílio Dalledone Siqueira, Diego Picussa de Campos Mello, Bruno Antunes da Silva, Letycia Amando de Carvalho, Maria Fernanda Savi, Maria Júlia Franco Piasera
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O principal agente foi raticida clandestino em 278 (65,2%) pacientes. A principal circunstância das intoxicações foi tentativa de suicídio com 293 (68,8%) casos. Houve predominância de exposição via oral (89,9%) e zona urbana em 349 (81,9%) casos, a maioria considerados leves (52,6%) e assistidos em serviços médicos (66,4%). Cerca de 327 (76,8%) indivíduos apresentavam manifestações clínicas. O tempo decorrido entre a exposição e o contato com o CIATox/PR foi maior nos casos considerados graves (p= 0,041). A atropina foi utilizada em 94 (49%) pacientes intoxicados por carbamatos, em 31 (33,3%) por organofosforados e em 84 (59,6%) por outros inibidores da colinesterase não especificados. Duas mulheres e um adolescente apresentaram desfecho fatal, tendo em comum a ingesta intencional de “chumbinho”. 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Casuística das intoxicações por inibidores das colinesterases pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná (CIATox/PR) entre 2015 e 2019
Esta pesquisa buscou analisar os casos de intoxicações por organofosforados e carbamatos, presentes em agrotóxicos e pesticidas, registrados na base de dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná (CIATox/PR). Trata-se de estudo retrospectivo em que foram avaliadas variáveis sociodemográficas e clínicas relacionadas à intoxicação, à forma de exposição, à causa e ao desfecho. Para a análise estatística foram utilizados testes de Kolmogorov-Smirnov, Shapiro-Wilk, Qui-Quadrado e Teste Exato de Fisher, considerando p<0,05. A amostra foi composta por 426 casos, sendo 218 (51,2%) mulheres. O principal agente foi raticida clandestino em 278 (65,2%) pacientes. A principal circunstância das intoxicações foi tentativa de suicídio com 293 (68,8%) casos. Houve predominância de exposição via oral (89,9%) e zona urbana em 349 (81,9%) casos, a maioria considerados leves (52,6%) e assistidos em serviços médicos (66,4%). Cerca de 327 (76,8%) indivíduos apresentavam manifestações clínicas. O tempo decorrido entre a exposição e o contato com o CIATox/PR foi maior nos casos considerados graves (p= 0,041). A atropina foi utilizada em 94 (49%) pacientes intoxicados por carbamatos, em 31 (33,3%) por organofosforados e em 84 (59,6%) por outros inibidores da colinesterase não especificados. Duas mulheres e um adolescente apresentaram desfecho fatal, tendo em comum a ingesta intencional de “chumbinho”. A casuística predominante nesta série histórica foi paciente do sexo feminino, faixa etária adulta, residente na região metropolitana, exposta a agrotóxico por via oral, sintomática, classificada como gravidade leve, sem necessidade de atropina, contudo ocorreram três casos com desfecho para o óbito.