{"title":"O Papel da Biópsia Líquida no Cancro da Próstata Metastizado","authors":"J. Glória, D. Nunes-Carneiro, A. Fraga","doi":"10.24915/aup.37.1-2.116","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O cancro da próstata é a segunda neoplasia maligna mais frequente nos homens em todo o mundo. A elevada prevalência do cancro da próstata, bem como o seu curso clínico relativamente indolente e as opções terapêuticas emergentes, conduziram à necessidade de identificação de biomarcadores que possam auxiliar nas decisões clínicas e refletir a resposta aos tratamentos. Na era da medicina de precisão, para uma correta decisão terapêutica é mandatória a caracterização individual de cada tumor. “Biópsia líquida” é um termo genérico aplicado ao estudo de biomarcadores atribuídos aos tumores que se encontram em circulação nos fluídos corporais de doentes com cancro. Baseia- -se no princípio de que nestes doentes existem células tumorais e fragmentos com conteúdo genómico de células tumorais que entram em circulação, podendo ser detetados e usados como biomarcadores para aplicação clínica. A maioria destes biomarcadores correlaciona-se com a carga tumoral, sendo mais frequentemente identificados em indivíduos com doença disseminada. Os biomarcadores mais estudados em doentes com cancro da próstata podem ser subdivididos em três grandes grupos: células tumorais circulantes (CTCs), material genético livre (como RNA e DNA - designadamente, microRNA (miRNA) e DNA livre circulante (cfDNA), incluindo o cfDNA total do doente e o DNA específico do tumor (cftDNA)) e micro vesículas extracelulares (onde há inclusão de material específico e único do tumor). Este conhecimento pode permitir desenvolver potenciais aplicações clínicas desde o diagnóstico ao prognóstico, bem como o desenvolvimento de biomarcadores preditivos de resposta aos tratamentos e de monitorização da doença.","PeriodicalId":100020,"journal":{"name":"Acta Urológica Portuguesa","volume":"162 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-07-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Acta Urológica Portuguesa","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24915/aup.37.1-2.116","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O Papel da Biópsia Líquida no Cancro da Próstata Metastizado
O cancro da próstata é a segunda neoplasia maligna mais frequente nos homens em todo o mundo. A elevada prevalência do cancro da próstata, bem como o seu curso clínico relativamente indolente e as opções terapêuticas emergentes, conduziram à necessidade de identificação de biomarcadores que possam auxiliar nas decisões clínicas e refletir a resposta aos tratamentos. Na era da medicina de precisão, para uma correta decisão terapêutica é mandatória a caracterização individual de cada tumor. “Biópsia líquida” é um termo genérico aplicado ao estudo de biomarcadores atribuídos aos tumores que se encontram em circulação nos fluídos corporais de doentes com cancro. Baseia- -se no princípio de que nestes doentes existem células tumorais e fragmentos com conteúdo genómico de células tumorais que entram em circulação, podendo ser detetados e usados como biomarcadores para aplicação clínica. A maioria destes biomarcadores correlaciona-se com a carga tumoral, sendo mais frequentemente identificados em indivíduos com doença disseminada. Os biomarcadores mais estudados em doentes com cancro da próstata podem ser subdivididos em três grandes grupos: células tumorais circulantes (CTCs), material genético livre (como RNA e DNA - designadamente, microRNA (miRNA) e DNA livre circulante (cfDNA), incluindo o cfDNA total do doente e o DNA específico do tumor (cftDNA)) e micro vesículas extracelulares (onde há inclusão de material específico e único do tumor). Este conhecimento pode permitir desenvolver potenciais aplicações clínicas desde o diagnóstico ao prognóstico, bem como o desenvolvimento de biomarcadores preditivos de resposta aos tratamentos e de monitorização da doença.