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Intervenções “autorais” e “editoriais” de Ovídio nos Tristia: ficcionalizações da escrita e poemas perdidos
Este artigo investiga passagens dos Tristia, de Ovídio, em que o eu poético, comentando sobre suas obras anteriores, realiza intervenções “autorais” e “editoriais” nas elegias de exílio. A análise centra-se em trechos metaliterários envolvendo divergências interpretativas referentes a duas obras específicas, os Fastos e a Medeia, as quais suscitam questões relacionadas à transmissão textual: os Fastos são considerados um poema incompleto, e a Medeia, uma tragédia perdida. Após discutir sobre a composição dessas obras e sobre a possibilidade de serem ficcionalizações de escrita, propomos uma interpretação do problema sob a perspectiva do exílio da personagem-poeta. Assim, evidenciamos como a questão dos Fastos interrompidos e a escrita de uma Medeia inserem-se na autobiografia literária que Nasão compõe para si mesmo e fazem parte de um projeto poético maior, que já envolvia, em prefiguração irônica, o exílio.