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Este artigo propõe analisar os processos criativos por um viés interdisciplinar, investigando sobretudo o papel do caos na criação (de modo geral) e na escrita (especificamente). A hipótese de trabalho desenvolvida é a de que os atos de criação resultam de um trânsito contínuo entre a ordem e a desordem – e que, para criar, é preciso manter-se em uma zona indeterminada entre esses dois polos. O ponto de partida para tal proposição está nas reflexões de Deleuze (2006) e de Agamben (2017) sobre os atos criativos. Teorias das artes visuais (OSTROWER, 2014) e pensamentos de filosofias milenares orientais (Tao Te Ching e Rig Veda) também contribuíram para pensar a questão. Espera-se, com as reflexões aqui propostas, situar o debate acerca dos mecanismos de criação no paradigma filosófico-científico da complexidade, tal como defendido por Morin (2000), e contribuir para uma maior compreensão dos processos criativos em escrita.