Peter Desmet, Daiany Bonácio, Felipe Augusto Guelfi
{"title":"Abel Hovelacque e a escola de linguística naturalista","authors":"Peter Desmet, Daiany Bonácio, Felipe Augusto Guelfi","doi":"10.20396/lil.v24i47.8661710","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Na medida em que a hipótese da desigualdade das raças, bem como a da desigualdade das línguas, foi bastante difundida no século XIX, é legítimo perguntar como se concebe a eventual relação entre as classificações étnicas e linguísticas. Broca, da sua parte, conclui que os dados físicos para as pesquisas antropológicas são preponderantes e atribui apenas um papel secundário à linguística. Renan, por outro lado, parte da ideia de que a história humana é determinada muito mais por fatores culturais e espirituais do que por elementos puramente biológicos e físicos. A análise dos escritos de Abel Hovelacque (1843-1896) e da escola de linguística naturalista revelará que há também uma terceira maneira de abordar o problema em questão. Hovelacque atribui, de fato, uma importância semelhante aos traços físicos e aos traços linguísticos. Ele classifica a linguística como ciência natural e concebe a língua como um organismo vivo.","PeriodicalId":40391,"journal":{"name":"Linguas e Instrumentos Linguisticos","volume":"78 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2021-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Linguas e Instrumentos Linguisticos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/lil.v24i47.8661710","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
Abel Hovelacque e a escola de linguística naturalista
Na medida em que a hipótese da desigualdade das raças, bem como a da desigualdade das línguas, foi bastante difundida no século XIX, é legítimo perguntar como se concebe a eventual relação entre as classificações étnicas e linguísticas. Broca, da sua parte, conclui que os dados físicos para as pesquisas antropológicas são preponderantes e atribui apenas um papel secundário à linguística. Renan, por outro lado, parte da ideia de que a história humana é determinada muito mais por fatores culturais e espirituais do que por elementos puramente biológicos e físicos. A análise dos escritos de Abel Hovelacque (1843-1896) e da escola de linguística naturalista revelará que há também uma terceira maneira de abordar o problema em questão. Hovelacque atribui, de fato, uma importância semelhante aos traços físicos e aos traços linguísticos. Ele classifica a linguística como ciência natural e concebe a língua como um organismo vivo.