{"title":"三个玛丽亚和女工的主角:屈服,争论和失败的爱情在超当代葡萄牙文学人物","authors":"Paulo Ricardo Kralik Angelini","doi":"10.15210/cdl.v0i42.21242","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Além da coincidência do nome Maria, as três personagens analisadas neste artigo carregam outras marcas comuns: são trabalhadoras exploradas pelo jogo do poder, subalternizadas, domesticadas, vítimas de abuso, convivem com a arrogância e o preconceito de seus patrões em um Portugal em crise. As três Marias, a da Graça, a dos Canos Serrados e a da Guia, são personagens da literatura portuguesa hipercontemporânea, construídas em diferentes perspectivas narrativas. A primeira carrega o foco narrativo de uma voz heterodiegética, em o apocalipse dos trabalhadores, de Valter Hugo Mãe; a segunda é a narradora autodiegética do livro homônimo de Ricardo Adolfo; e a terceira é uma importante personagem, ainda que coadjuvante, de Os meus sentimentos, de Dulce Maria Cardoso. As três procuram assumir algum tipo de protagonismo contra o silenciamento, possuem no amor uma chance de felicidade, mas constituem-se como seres rompidos, vazios, elementos descartáveis dentro da sociedade portuguesa, e recebem, a todo momento, os sinais de proibição a espaços que socialmente não lhe cabem, seguindo a tendência de segregação social. Este artigo pretende recuperar essas vozes em entrecruzamento, mostrando o papel dessas mulheres excluídas nas narrativas e suas lutas contra o poder estabelecido. Como referencial teórico, autores como Michel Foucault, Linda Hutcheon, Umberto Eco, Byung-Chul Han, Erich Fromm, Judith Butler, Eduardo Lourenço, Regina Dalcastagnè, Silviano Santiago, entre outros. ","PeriodicalId":31707,"journal":{"name":"Caderno de Letras","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"AS TRÊS MARIAS E O PROTAGONISMO DAS TRABALHADORAS: SUBMISSÃO, CONTESTAÇÃO E AMOR FALHADO EM PERSONAGENS DA LITERATURA PORTUGUESA HIPERCONTEMPORÂNEA\",\"authors\":\"Paulo Ricardo Kralik Angelini\",\"doi\":\"10.15210/cdl.v0i42.21242\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Além da coincidência do nome Maria, as três personagens analisadas neste artigo carregam outras marcas comuns: são trabalhadoras exploradas pelo jogo do poder, subalternizadas, domesticadas, vítimas de abuso, convivem com a arrogância e o preconceito de seus patrões em um Portugal em crise. As três Marias, a da Graça, a dos Canos Serrados e a da Guia, são personagens da literatura portuguesa hipercontemporânea, construídas em diferentes perspectivas narrativas. A primeira carrega o foco narrativo de uma voz heterodiegética, em o apocalipse dos trabalhadores, de Valter Hugo Mãe; a segunda é a narradora autodiegética do livro homônimo de Ricardo Adolfo; e a terceira é uma importante personagem, ainda que coadjuvante, de Os meus sentimentos, de Dulce Maria Cardoso. As três procuram assumir algum tipo de protagonismo contra o silenciamento, possuem no amor uma chance de felicidade, mas constituem-se como seres rompidos, vazios, elementos descartáveis dentro da sociedade portuguesa, e recebem, a todo momento, os sinais de proibição a espaços que socialmente não lhe cabem, seguindo a tendência de segregação social. Este artigo pretende recuperar essas vozes em entrecruzamento, mostrando o papel dessas mulheres excluídas nas narrativas e suas lutas contra o poder estabelecido. Como referencial teórico, autores como Michel Foucault, Linda Hutcheon, Umberto Eco, Byung-Chul Han, Erich Fromm, Judith Butler, Eduardo Lourenço, Regina Dalcastagnè, Silviano Santiago, entre outros. \",\"PeriodicalId\":31707,\"journal\":{\"name\":\"Caderno de Letras\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-04-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Caderno de Letras\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.15210/cdl.v0i42.21242\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Caderno de Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15210/cdl.v0i42.21242","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
摘要
除了玛丽亚这个名字的巧合,本文分析的三个角色还有其他共同的特征:她们是被权力游戏剥削的工人,被奴役,被驯服,被虐待的受害者,在葡萄牙危机中与老板的傲慢和偏见共存。三个玛利亚,graca, dos Canos Serrados和Guia,是超当代葡萄牙文学中的人物,建立在不同的叙事视角上。第一个是瓦尔特·雨果的《工人启示录》mae中异质的叙事焦点;第二个是里卡多·阿道夫同名小说的叙述者;第三个是杜尔丝·玛丽亚·卡多索的《我的感情》中的一个重要角色,尽管是配角。三人在承担某种责任的那次爱情,拥有幸福的机会,但都作为审判,是空的,一个葡萄牙人,以获得社会、盯人、禁令标志的空间,社会不适合你,跟随趋势的社会隔离。这篇文章旨在恢复这些交叉的声音,展示这些被排斥的女性在叙事中的角色,以及她们与既定权力的斗争。作为理论参考,作者如米歇尔·福柯,琳达·哈钦,翁贝托·艾柯,韩秉秋,埃里希·弗洛姆,朱迪思·巴特勒,爱德华多lourenco, Regina dalcastagne,西尔维亚诺·圣地亚哥等。
AS TRÊS MARIAS E O PROTAGONISMO DAS TRABALHADORAS: SUBMISSÃO, CONTESTAÇÃO E AMOR FALHADO EM PERSONAGENS DA LITERATURA PORTUGUESA HIPERCONTEMPORÂNEA
Além da coincidência do nome Maria, as três personagens analisadas neste artigo carregam outras marcas comuns: são trabalhadoras exploradas pelo jogo do poder, subalternizadas, domesticadas, vítimas de abuso, convivem com a arrogância e o preconceito de seus patrões em um Portugal em crise. As três Marias, a da Graça, a dos Canos Serrados e a da Guia, são personagens da literatura portuguesa hipercontemporânea, construídas em diferentes perspectivas narrativas. A primeira carrega o foco narrativo de uma voz heterodiegética, em o apocalipse dos trabalhadores, de Valter Hugo Mãe; a segunda é a narradora autodiegética do livro homônimo de Ricardo Adolfo; e a terceira é uma importante personagem, ainda que coadjuvante, de Os meus sentimentos, de Dulce Maria Cardoso. As três procuram assumir algum tipo de protagonismo contra o silenciamento, possuem no amor uma chance de felicidade, mas constituem-se como seres rompidos, vazios, elementos descartáveis dentro da sociedade portuguesa, e recebem, a todo momento, os sinais de proibição a espaços que socialmente não lhe cabem, seguindo a tendência de segregação social. Este artigo pretende recuperar essas vozes em entrecruzamento, mostrando o papel dessas mulheres excluídas nas narrativas e suas lutas contra o poder estabelecido. Como referencial teórico, autores como Michel Foucault, Linda Hutcheon, Umberto Eco, Byung-Chul Han, Erich Fromm, Judith Butler, Eduardo Lourenço, Regina Dalcastagnè, Silviano Santiago, entre outros.