{"title":"老年人在衰弱过程中的感知需要护理","authors":"Gislaine Alves de Souza, K. Giacomin, J.O.A Firmo","doi":"10.1590/1414-462x202230040506","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo Introdução Com o envelhecimento populacional faz-se necessário conhecer a percepção e experiência de pessoas idosas em processo de fragilização acerca de seu processo de cuidado. Objetivo Objetivou-se compreender a percepção de pessoas idosas em processo de fragilização sobre a necessidade de ajuda de terceiros para seu próprio cuidado. Método Trata-se de uma pesquisa qualitativa, ancorada na Antropologia Médica. A coleta dos dados ocorreu com participantes do estudo multicêntrico FIBRA (Fragilidade em Idosos Brasileiros), do polo de Belo Horizonte, Minas Gerais. Entrevistaram-se, no domicílio, 22 pessoas idosas em processo de fragilização, que tinham, em média, 79 anos. A análise êmica foi guiada pelo modelo dos Signos, Significados e Ações. Resultados Os signos evidenciam a inevitabilidade de depender dos outros: “não aguentar”, “não dar conta”, “não poder mais fazer”. Como indicativo da necessidade de ajuda surge: “ter que se limitar”, “ter que ter ajuda”, “ter que ter um acompanhante”. Assim, depender do outro aparece como um suporte essencial e se revela algo doloroso, invasivo, controlador, prenunciando a finitude. Diante disso, as pessoas idosas tentam adaptar-se às mudanças para manter certo grau de autonomia e independência, para sentir-se úteis, lançam mão de tratamentos diversos e têm fé. As desigualdades sociais influenciam as ações realizadas por esse público. Conclusão Observa-se a necessidade da solidariedade social e de políticas públicas comprometidas com o cuidado com a pessoa idosa em processo de fragilização, enquanto um sujeito sociocultural.","PeriodicalId":31264,"journal":{"name":"Cadernos de Saude Coletiva","volume":"86 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":"{\"title\":\"A necessidade de cuidado na percepção de pessoas idosas em processo de fragilização\",\"authors\":\"Gislaine Alves de Souza, K. Giacomin, J.O.A Firmo\",\"doi\":\"10.1590/1414-462x202230040506\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Resumo Introdução Com o envelhecimento populacional faz-se necessário conhecer a percepção e experiência de pessoas idosas em processo de fragilização acerca de seu processo de cuidado. Objetivo Objetivou-se compreender a percepção de pessoas idosas em processo de fragilização sobre a necessidade de ajuda de terceiros para seu próprio cuidado. Método Trata-se de uma pesquisa qualitativa, ancorada na Antropologia Médica. A coleta dos dados ocorreu com participantes do estudo multicêntrico FIBRA (Fragilidade em Idosos Brasileiros), do polo de Belo Horizonte, Minas Gerais. Entrevistaram-se, no domicílio, 22 pessoas idosas em processo de fragilização, que tinham, em média, 79 anos. A análise êmica foi guiada pelo modelo dos Signos, Significados e Ações. Resultados Os signos evidenciam a inevitabilidade de depender dos outros: “não aguentar”, “não dar conta”, “não poder mais fazer”. Como indicativo da necessidade de ajuda surge: “ter que se limitar”, “ter que ter ajuda”, “ter que ter um acompanhante”. Assim, depender do outro aparece como um suporte essencial e se revela algo doloroso, invasivo, controlador, prenunciando a finitude. Diante disso, as pessoas idosas tentam adaptar-se às mudanças para manter certo grau de autonomia e independência, para sentir-se úteis, lançam mão de tratamentos diversos e têm fé. As desigualdades sociais influenciam as ações realizadas por esse público. Conclusão Observa-se a necessidade da solidariedade social e de políticas públicas comprometidas com o cuidado com a pessoa idosa em processo de fragilização, enquanto um sujeito sociocultural.\",\"PeriodicalId\":31264,\"journal\":{\"name\":\"Cadernos de Saude Coletiva\",\"volume\":\"86 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-11-21\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"2\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Cadernos de Saude Coletiva\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.1590/1414-462x202230040506\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos de Saude Coletiva","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1414-462x202230040506","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A necessidade de cuidado na percepção de pessoas idosas em processo de fragilização
Resumo Introdução Com o envelhecimento populacional faz-se necessário conhecer a percepção e experiência de pessoas idosas em processo de fragilização acerca de seu processo de cuidado. Objetivo Objetivou-se compreender a percepção de pessoas idosas em processo de fragilização sobre a necessidade de ajuda de terceiros para seu próprio cuidado. Método Trata-se de uma pesquisa qualitativa, ancorada na Antropologia Médica. A coleta dos dados ocorreu com participantes do estudo multicêntrico FIBRA (Fragilidade em Idosos Brasileiros), do polo de Belo Horizonte, Minas Gerais. Entrevistaram-se, no domicílio, 22 pessoas idosas em processo de fragilização, que tinham, em média, 79 anos. A análise êmica foi guiada pelo modelo dos Signos, Significados e Ações. Resultados Os signos evidenciam a inevitabilidade de depender dos outros: “não aguentar”, “não dar conta”, “não poder mais fazer”. Como indicativo da necessidade de ajuda surge: “ter que se limitar”, “ter que ter ajuda”, “ter que ter um acompanhante”. Assim, depender do outro aparece como um suporte essencial e se revela algo doloroso, invasivo, controlador, prenunciando a finitude. Diante disso, as pessoas idosas tentam adaptar-se às mudanças para manter certo grau de autonomia e independência, para sentir-se úteis, lançam mão de tratamentos diversos e têm fé. As desigualdades sociais influenciam as ações realizadas por esse público. Conclusão Observa-se a necessidade da solidariedade social e de políticas públicas comprometidas com o cuidado com a pessoa idosa em processo de fragilização, enquanto um sujeito sociocultural.