{"title":"Políticas de línguas e o discurso lexicográfico","authors":"Mariza Vieira da Silva","doi":"10.20396/lil.v24i47.8666704","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo, filiando-nos à História das Ideias Linguísticas e à Análise de Discurso pechetiana, visamos compreender como o trabalho com o léxico, articulando lexicologia, lexicografia e semântica, funciona nas políticas públicas de educação e de línguas a partir da segunda metade do século XX, como forma de gestão dos sentidos e do sujeito em uma formação discursiva neoliberal. A gestão discursiva da língua pelo léxico significa a normatização dos sentidos, logo, do sujeito, na busca de um mundo semanticamente normal – adequado -, em que se possam estabelecer fronteiras, limites, imaginariamente estáveis. Nessas demarcações e divisões, temos o confronto do simbólico com o político. Tomamos como material de descrição-análise, uma série formada pelas palavras adequação, adequar, adequado/a pela centralidade que elas têm desde os anos 1960/1970, nas políticas de línguas, nas práticas escolares e na vida em sociedade, dialogando com as séries: conversão, converter, convertido/a e regeneração, regenerar, regenerado/a, para que pudéssemos observar o movimento das formações discursivas, em que uma memória (discursiva) retoma, pela repetição e deslocamento, sentidos que asseguram o espaço da estabilidade e, ao mesmo tempo, abre-se para o não logicamente estabilizado.","PeriodicalId":40391,"journal":{"name":"Linguas e Instrumentos Linguisticos","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2021-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Linguas e Instrumentos Linguisticos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/lil.v24i47.8666704","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
Neste artigo, filiando-nos à História das Ideias Linguísticas e à Análise de Discurso pechetiana, visamos compreender como o trabalho com o léxico, articulando lexicologia, lexicografia e semântica, funciona nas políticas públicas de educação e de línguas a partir da segunda metade do século XX, como forma de gestão dos sentidos e do sujeito em uma formação discursiva neoliberal. A gestão discursiva da língua pelo léxico significa a normatização dos sentidos, logo, do sujeito, na busca de um mundo semanticamente normal – adequado -, em que se possam estabelecer fronteiras, limites, imaginariamente estáveis. Nessas demarcações e divisões, temos o confronto do simbólico com o político. Tomamos como material de descrição-análise, uma série formada pelas palavras adequação, adequar, adequado/a pela centralidade que elas têm desde os anos 1960/1970, nas políticas de línguas, nas práticas escolares e na vida em sociedade, dialogando com as séries: conversão, converter, convertido/a e regeneração, regenerar, regenerado/a, para que pudéssemos observar o movimento das formações discursivas, em que uma memória (discursiva) retoma, pela repetição e deslocamento, sentidos que asseguram o espaço da estabilidade e, ao mesmo tempo, abre-se para o não logicamente estabilizado.