{"title":"自我活动和技术活动","authors":"Rafael Alves Scarazzati","doi":"10.20396/ideias.v13i00.8668400","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Gilbert Simondon, em sua filosofia não autocrática da técnica, criticou o hilemorfismo, teoria aristotélica para a origem, que concebe a formação do indivíduo através da imposição de uma forma tida como ideal sobre uma matéria passiva. Para Simondon, é primeiro porque o homem, como portador da forma, domina a natureza, que ele pode dominar outros homens. Ao refletir sobre o modo de existência dos objetos técnicos, o filósofo percebe que a própria concepção de trabalho ocidental reproduz situações de dominação decorrentes dessa cisão e dominação inicial sobre a natureza, da divisão entre trabalho manual e intelectual, saber sensível e científico, conflito entre cultura e técnica. Neste movimento, o autor defenderá que o próprio trabalho é fonte de alienação, sendo insuficiente a crítica que localiza a alienação na relação da propriedade privada e no jogo da mais-valia. Em seu entendimento, o marxismo localiza a alienação fora do trabalho. O presente texto, de forma introdutória, apresenta momentos dessa reflexão. Por fim, são visitados alguns textos menos explorados de Marx, inclusive estudos relativos à tecnologia, em que encontramos uma rica reflexão sobre a relação do trabalhador com a máquina, a ciência aplicada ao capital, e outras questões, as quais, apesar de neste texto não serem aprofundadas, dão indicações de uma aproximação maior entre os dois autores.","PeriodicalId":42016,"journal":{"name":"Revista de Historia das Ideias","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-11-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Auto-atividade e atividade técnica\",\"authors\":\"Rafael Alves Scarazzati\",\"doi\":\"10.20396/ideias.v13i00.8668400\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Gilbert Simondon, em sua filosofia não autocrática da técnica, criticou o hilemorfismo, teoria aristotélica para a origem, que concebe a formação do indivíduo através da imposição de uma forma tida como ideal sobre uma matéria passiva. Para Simondon, é primeiro porque o homem, como portador da forma, domina a natureza, que ele pode dominar outros homens. Ao refletir sobre o modo de existência dos objetos técnicos, o filósofo percebe que a própria concepção de trabalho ocidental reproduz situações de dominação decorrentes dessa cisão e dominação inicial sobre a natureza, da divisão entre trabalho manual e intelectual, saber sensível e científico, conflito entre cultura e técnica. Neste movimento, o autor defenderá que o próprio trabalho é fonte de alienação, sendo insuficiente a crítica que localiza a alienação na relação da propriedade privada e no jogo da mais-valia. Em seu entendimento, o marxismo localiza a alienação fora do trabalho. O presente texto, de forma introdutória, apresenta momentos dessa reflexão. Por fim, são visitados alguns textos menos explorados de Marx, inclusive estudos relativos à tecnologia, em que encontramos uma rica reflexão sobre a relação do trabalhador com a máquina, a ciência aplicada ao capital, e outras questões, as quais, apesar de neste texto não serem aprofundadas, dão indicações de uma aproximação maior entre os dois autores.\",\"PeriodicalId\":42016,\"journal\":{\"name\":\"Revista de Historia das Ideias\",\"volume\":\"20 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2022-11-25\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista de Historia das Ideias\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.20396/ideias.v13i00.8668400\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q4\",\"JCRName\":\"HISTORY\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Historia das Ideias","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/ideias.v13i00.8668400","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
Gilbert Simondon, em sua filosofia não autocrática da técnica, criticou o hilemorfismo, teoria aristotélica para a origem, que concebe a formação do indivíduo através da imposição de uma forma tida como ideal sobre uma matéria passiva. Para Simondon, é primeiro porque o homem, como portador da forma, domina a natureza, que ele pode dominar outros homens. Ao refletir sobre o modo de existência dos objetos técnicos, o filósofo percebe que a própria concepção de trabalho ocidental reproduz situações de dominação decorrentes dessa cisão e dominação inicial sobre a natureza, da divisão entre trabalho manual e intelectual, saber sensível e científico, conflito entre cultura e técnica. Neste movimento, o autor defenderá que o próprio trabalho é fonte de alienação, sendo insuficiente a crítica que localiza a alienação na relação da propriedade privada e no jogo da mais-valia. Em seu entendimento, o marxismo localiza a alienação fora do trabalho. O presente texto, de forma introdutória, apresenta momentos dessa reflexão. Por fim, são visitados alguns textos menos explorados de Marx, inclusive estudos relativos à tecnologia, em que encontramos uma rica reflexão sobre a relação do trabalhador com a máquina, a ciência aplicada ao capital, e outras questões, as quais, apesar de neste texto não serem aprofundadas, dão indicações de uma aproximação maior entre os dois autores.