Vinícius José Mira, Fernando Cesar Sossai, Diego Finder Machado
{"title":"采访Amadou-Mahtar M ' Bow","authors":"Vinícius José Mira, Fernando Cesar Sossai, Diego Finder Machado","doi":"10.11606/issn.1980-4466.v17i34p164-187","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O senegalês Amadou-Mahtar M’Bow teve uma trajetória profissional muito ligada à questão cultural. Geógrafo de formação na Universidade de Sorbonne, M’Bow foi militante pela independência de seu país e se tornou Ministro da Educação no período de governo autônomo do Senegal, em 1956, à época em vias de se tornar independente. Nos anos seguintes, Amadou-Mahtar M’Bow passou a atuar na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como represesentante do seu país no Conselho Executivo. Também presidiu a Comissão do Programa e das Relações Exteriores do Conselho Executivo de 1968 a 1970. Em 1970, tornou-se Diretor Geral Adjunto de Educação, além de ter sido o Diretor-geral da Unesco entre 1974 e 1987. No rico depoimento de M’Bow, vários aspectos da Convenção do Patrimônio Mundial são mencionados. Destacamos o testemunho das primeiras missões da UNESCO para proteção do patrimônio cultural, que acabariam ajudando a amadurecer a noção de um patrimônio cultural que pertence a toda a humanidade. M’Bow também destaca os desafios que a Convenção teve que enfrentar, em particular na conservação de monumentos ameaçados, conforme mencionado no depoimento quanto ao caso da Acrópole de Atenas, da cidade de Veneza e do centro histórico de Varsóvia. No que diz respeito aos sucessos e fracassos da Convenção, M’Bow menciona o caso bem-sucedido da indicação de Brasília, como uma ampliação da noção de patrimônio, e o insucesso no caso dos Estados-membros que não levam tão a sério a conservação dos seus bens.","PeriodicalId":21242,"journal":{"name":"Revista CPC","volume":"345 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Entrevista com Amadou-Mahtar M’Bow\",\"authors\":\"Vinícius José Mira, Fernando Cesar Sossai, Diego Finder Machado\",\"doi\":\"10.11606/issn.1980-4466.v17i34p164-187\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O senegalês Amadou-Mahtar M’Bow teve uma trajetória profissional muito ligada à questão cultural. Geógrafo de formação na Universidade de Sorbonne, M’Bow foi militante pela independência de seu país e se tornou Ministro da Educação no período de governo autônomo do Senegal, em 1956, à época em vias de se tornar independente. Nos anos seguintes, Amadou-Mahtar M’Bow passou a atuar na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como represesentante do seu país no Conselho Executivo. Também presidiu a Comissão do Programa e das Relações Exteriores do Conselho Executivo de 1968 a 1970. Em 1970, tornou-se Diretor Geral Adjunto de Educação, além de ter sido o Diretor-geral da Unesco entre 1974 e 1987. No rico depoimento de M’Bow, vários aspectos da Convenção do Patrimônio Mundial são mencionados. Destacamos o testemunho das primeiras missões da UNESCO para proteção do patrimônio cultural, que acabariam ajudando a amadurecer a noção de um patrimônio cultural que pertence a toda a humanidade. M’Bow também destaca os desafios que a Convenção teve que enfrentar, em particular na conservação de monumentos ameaçados, conforme mencionado no depoimento quanto ao caso da Acrópole de Atenas, da cidade de Veneza e do centro histórico de Varsóvia. No que diz respeito aos sucessos e fracassos da Convenção, M’Bow menciona o caso bem-sucedido da indicação de Brasília, como uma ampliação da noção de patrimônio, e o insucesso no caso dos Estados-membros que não levam tão a sério a conservação dos seus bens.\",\"PeriodicalId\":21242,\"journal\":{\"name\":\"Revista CPC\",\"volume\":\"345 2\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-12-20\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista CPC\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v17i34p164-187\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista CPC","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v17i34p164-187","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
摘要
塞内加尔人Amadou-Mahtar M ' Bow的职业生涯与文化问题密切相关。M ' Bow是索邦大学的地理学家,他是国家独立的积极分子,并在1956年塞内加尔自治时期成为教育部长,当时塞内加尔即将独立。在接下来的几年里,Amadou-Mahtar M ' Bow开始在联合国教育、科学及文化组织(教科文组织)工作,作为他的国家在执行委员会的代表。1968年至1970年,他还担任执行委员会方案和对外关系委员会主席。1970年,他成为教育部副主任,并于1974年至1987年担任联合国教科文组织总干事。在M ' Bow丰富的证词中,提到了《世界遗产公约》的几个方面。我们强调教科文组织保护文化遗产的第一个任务的见证,这最终将有助于成熟属于全人类的文化遗产的概念。M ' Bow还强调了《公约》必须面对的挑战,特别是在保护受到威胁的古迹方面,正如在关于雅典卫城、威尼斯市和华沙历史中心的证词中提到的那样。关于《公约》的成功和失败,M ' Bow提到巴西利亚的成功案例,作为遗产概念的扩展,以及那些不那么认真地保护其资产的会员国的失败案例。
O senegalês Amadou-Mahtar M’Bow teve uma trajetória profissional muito ligada à questão cultural. Geógrafo de formação na Universidade de Sorbonne, M’Bow foi militante pela independência de seu país e se tornou Ministro da Educação no período de governo autônomo do Senegal, em 1956, à época em vias de se tornar independente. Nos anos seguintes, Amadou-Mahtar M’Bow passou a atuar na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como represesentante do seu país no Conselho Executivo. Também presidiu a Comissão do Programa e das Relações Exteriores do Conselho Executivo de 1968 a 1970. Em 1970, tornou-se Diretor Geral Adjunto de Educação, além de ter sido o Diretor-geral da Unesco entre 1974 e 1987. No rico depoimento de M’Bow, vários aspectos da Convenção do Patrimônio Mundial são mencionados. Destacamos o testemunho das primeiras missões da UNESCO para proteção do patrimônio cultural, que acabariam ajudando a amadurecer a noção de um patrimônio cultural que pertence a toda a humanidade. M’Bow também destaca os desafios que a Convenção teve que enfrentar, em particular na conservação de monumentos ameaçados, conforme mencionado no depoimento quanto ao caso da Acrópole de Atenas, da cidade de Veneza e do centro histórico de Varsóvia. No que diz respeito aos sucessos e fracassos da Convenção, M’Bow menciona o caso bem-sucedido da indicação de Brasília, como uma ampliação da noção de patrimônio, e o insucesso no caso dos Estados-membros que não levam tão a sério a conservação dos seus bens.