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No filme escolhido, esses olhares se multiplicam: ha um cruzamento de olhares dentro de Santiago , entre cineasta e entrevistado, patrao e mordomo, cineasta e material bruto; e esses olhares encontram e refletem, ainda, o olhar do espectador. Esses varios outros podem abrir questionamentos em relacao a imagem e ao pensamento nela presente. Afinal, a imagem cinematografica, segundo Badiou, e uma especie de materia-prima atraves da qual o cinema “pensa”; ela traz a tona, tambem, a experiencia radical do outro . Segundo Carlos Skliar, essa irrupcao do outro nos devolve nosso proprio “ser outro”. No entrelacamento desses conceitos e dos dados empiricos a respeito da experiencia dos jovens com a imagem, que narram transformacoes de si resultantes desse contato, buscamos pensar tambem o cinema como formacao etico-estetica, partindo das reflexoes de Michel Foucault acerca do cuidado consigo como pratica etica de liberdade. 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Olhares que se cruzam : os muitos outros no filme Santiago
Este trabalho esta inserido em uma pesquisa que investiga os modos atraves dos quais jovens estudantes de Pedagogia e Comunicacao da Grande Porto Alegre experimentam e se relacionam com a imagem cinematografica. Este estudo propoe um recorte especifico em seus dados e base teorica: indagar de que forma a narrativa cinematografica nos coloca na presenca do outro . Temos como ponto de partida o documentario Santiago , de Joao Moreira Salles, e os dados empiricos da pesquisa, compostos por entrevistas individuais com estudantes sobre sua relacao com a imagem, e producoes textuais de alunos sobre a experiencia com filmes especificos trabalhados em sala de aula. Nesse percurso, entenderemos, junto com Didi-Huberman, que a imagem supoe uma cisao do ato de ver, que faz com que aquilo que olhamos nos olhe tambem. No filme escolhido, esses olhares se multiplicam: ha um cruzamento de olhares dentro de Santiago , entre cineasta e entrevistado, patrao e mordomo, cineasta e material bruto; e esses olhares encontram e refletem, ainda, o olhar do espectador. Esses varios outros podem abrir questionamentos em relacao a imagem e ao pensamento nela presente. Afinal, a imagem cinematografica, segundo Badiou, e uma especie de materia-prima atraves da qual o cinema “pensa”; ela traz a tona, tambem, a experiencia radical do outro . Segundo Carlos Skliar, essa irrupcao do outro nos devolve nosso proprio “ser outro”. No entrelacamento desses conceitos e dos dados empiricos a respeito da experiencia dos jovens com a imagem, que narram transformacoes de si resultantes desse contato, buscamos pensar tambem o cinema como formacao etico-estetica, partindo das reflexoes de Michel Foucault acerca do cuidado consigo como pratica etica de liberdade. Palavras-chave: outro, cinema, experiencia.