{"title":"今天文学的伦理修复重构","authors":"André Cechinel","doi":"10.20396/remate.v41i1.8658823","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente ensaio propõe-se a debater indícios de uma função ético-reparadora para a literatura e os estudos literários hoje. Para tanto, divide-se em dois momentos fundamentais, dois canais argumentativos que, sem um intuito totalizante, apontam as linhas gerais de um cenário em mutação. De um lado, a literatura do século XX é apresentada a partir da imagem de uma suposta negatividade ou intransitividade radical, capaz de “desobrar a obra” em sua “estética da supressão”. De outro lado, a partir de um debate introdutório em torno de alguns dos lugares de transitividade vislumbrados para a literatura neste início de século XXI, o literário é concebido agora como campo ético-reparador, responsável, entre outros, por “dar visibilidade”, “lembrar”, “reparar danos”, “confortar” etc. Resulta dessa transição a noção de um crescente desconforto em relação aos artefatos sociais que, inclusive no campo artístico, não se reconciliam com um utilitarismo que nada pode deixar intacto, nem mesmo a literatura.","PeriodicalId":32941,"journal":{"name":"Remate de Males","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2021-06-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":"{\"title\":\"Reconfigurações ético-reparadoras do literário hoje\",\"authors\":\"André Cechinel\",\"doi\":\"10.20396/remate.v41i1.8658823\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente ensaio propõe-se a debater indícios de uma função ético-reparadora para a literatura e os estudos literários hoje. Para tanto, divide-se em dois momentos fundamentais, dois canais argumentativos que, sem um intuito totalizante, apontam as linhas gerais de um cenário em mutação. De um lado, a literatura do século XX é apresentada a partir da imagem de uma suposta negatividade ou intransitividade radical, capaz de “desobrar a obra” em sua “estética da supressão”. De outro lado, a partir de um debate introdutório em torno de alguns dos lugares de transitividade vislumbrados para a literatura neste início de século XXI, o literário é concebido agora como campo ético-reparador, responsável, entre outros, por “dar visibilidade”, “lembrar”, “reparar danos”, “confortar” etc. Resulta dessa transição a noção de um crescente desconforto em relação aos artefatos sociais que, inclusive no campo artístico, não se reconciliam com um utilitarismo que nada pode deixar intacto, nem mesmo a literatura.\",\"PeriodicalId\":32941,\"journal\":{\"name\":\"Remate de Males\",\"volume\":null,\"pages\":null},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2021-06-23\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"2\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Remate de Males\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.20396/remate.v41i1.8658823\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"0\",\"JCRName\":\"LITERARY THEORY & CRITICISM\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Remate de Males","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/remate.v41i1.8658823","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERARY THEORY & CRITICISM","Score":null,"Total":0}
Reconfigurações ético-reparadoras do literário hoje
O presente ensaio propõe-se a debater indícios de uma função ético-reparadora para a literatura e os estudos literários hoje. Para tanto, divide-se em dois momentos fundamentais, dois canais argumentativos que, sem um intuito totalizante, apontam as linhas gerais de um cenário em mutação. De um lado, a literatura do século XX é apresentada a partir da imagem de uma suposta negatividade ou intransitividade radical, capaz de “desobrar a obra” em sua “estética da supressão”. De outro lado, a partir de um debate introdutório em torno de alguns dos lugares de transitividade vislumbrados para a literatura neste início de século XXI, o literário é concebido agora como campo ético-reparador, responsável, entre outros, por “dar visibilidade”, “lembrar”, “reparar danos”, “confortar” etc. Resulta dessa transição a noção de um crescente desconforto em relação aos artefatos sociais que, inclusive no campo artístico, não se reconciliam com um utilitarismo que nada pode deixar intacto, nem mesmo a literatura.