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O custo da precariedade: o colapso da saúde dos editores é também o colapso da revista
As revistas científicas brasileiras de ciência da informação têm dotação de recursos precária, com casos de descontinuidade na publicação, interrupção de submissões e grandes atrasos na avaliação de manuscritos, com possível relação com a capacidade e a saúde de seus editores. Qual o efeito do aumento da carga de trabalho no estresse dos editores? Neste artigo, simulamos quatro cenários do estresse de editores dessas revistas baseados em dados de quantidades de submissões, avaliações e decisões editoriais. Usamos dinâmica de sistemas para modelar estoques e fluxos de artigos e verificar quatro cenários do estresse de editores de revistas por 72 meses, com distintas cargas de submissão. Em dois cenários, com cargas de submissão moderadas, os editores mantêm o estresse e o tempo total de avaliação em níveis aceitáveis, inclusive aumentando a produtividade sob pequena sobrecarga, em acordo com o que diz a literatura. Nos dois cenários com maior sobrecarga de submissões, a quantidade de horas trabalhadas por mês cresce muito, bem como o tempo total de avaliação e o estresse acumulado. Um sistema de publicação que não provê recursos suficientes para o trabalho editorial de alta qualidade em tempo adequado corrói a saúde dos editores e favorece interrupções de submissões, atrasos e até o colapso das revistas.