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Das ruas para a mesa: espécies vegetais alimentícias utilizadas na arborização urbana de Mato Grosso do Sul, Brasil
As cidades podem incluir uma grande riqueza de plantas, e essa biodiversidade assegura vários serviços ecossistêmicos de provisão, regulação, suporte e culturais. Um dos serviços essenciais é a produção de alimento, que vai ao encontro de algumas das metas nacionais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O objetivo deste estudo é apresentar um diagnóstico sobre as espécies alimentícias ou com potencial de uso alimentício por humanos que são utilizadas na arborização urbana de municípios de Mato Grosso do Sul. Compilamos e atualizamos uma lista de 102 espécies utilizadas na arborização urbana de onze municípios e classificamos as espécies quanto ao seu uso ou potencial de uso alimentício. A capital Campo Grande apresentou a maior riqueza de espécies alimentícias (67 espécies), e Coxim apresentou o maior percentual de espécies alimentícias na arborização (65%). As espécies alimentícias estão distribuídas em 36 famílias, com destaque para Fabaceae (13 espécies), Arecaceae (9), Anacardiaceae (8) e Myrtaceae (8). O oiti (Moquilea tomentosa), a munguba (Pachira aquatica) e a mangueira (Mangifera indica) foram as espécies alimentícias mais frequentemente utilizadas na arborização viária. As partes mais utilizadas na alimentação são os frutos (77 espécies), seguida de sementes (37) e flores (21). Nossa sugestão é que gestores e tomadores de decisão incluam entre os critérios para seleção de espécies para plantio em área urbana a presença de partes alimentícias ou com potencial alimentício na dieta humana, assegurados todos os demais critérios técnicos indicados para essa escolha.