Mariana Souza Lopes, Patrícia Pinheiro de Freitas, Mary Anne Nascimento-Souza, Sérgio Viana Peixoto, Aline Cristine Sousa Lopes
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Foram realizadas análises descritivas comparando a insegurança alimentar do domicílio segundo as demais variáveis pelo teste χ2 para comparação das proporções. Resultados: Dos domicílios investigados (n=1.441), 35,1% estavam em situação de insegurança alimentar. As famílias em insegurança alimentar apresentavam: menores prevalências de domicílios de alvenaria com revestimento (91,4%; IC95% 87,7%−94,1% vs. 96,7%; IC95% 94,9%−97,8%); maior proporção de fossa rudimentar (16,9%; IC95% 13,3%−21,2% vs. 9,4%; IC95% 7,4−11,9); menor prevalência de domicílios próprios e quitados (63,9%; IC95% 56,8−70,5 vs. 77,3%; IC95% 72,3−81,7); e redução da renda após o rompimento da barragem (33,0%; IC95% 27,1−39,6 vs. 14,1%; IC95% 11,2−17,6), quando comparadas àquelas em segurança alimentar. Conclusão: A prevalência de insegurança alimentar foi elevada, com relato de redução da renda das famílias após o rompimento da barragem. 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摘要
摘要目的:根据社会经济特征和粮食系统的维度描述巴西米纳斯吉拉斯布鲁马迪尼奥灾后家庭的粮食不安全状况。方法:以家庭为重点的描述性研究,由saude Brumadinho项目基线进行。粮食不安全是巴西短期粮食不安全量表评估的主要结果。其他被调查的变量有:社会经济;住所的地理层次;资产(财产);房租;家庭开支;种植食物和饲养动物供消费。根据其他变量进行描述性分析,通过χ2检验比较家庭粮食不安全的比例。结果:在接受调查的家庭中(n= 1441), 35.1%的家庭处于粮食不安全状态。粮食不安全家庭的患病率较低(91.4%),而砖砌房屋的患病率较低(91.4%)。95% ci 87.7%−94.1% vs. 96.7%;IC95% 97−94,9%,8%);基本窝比例较高(16.9%;IC95% 13.3%−21.2% vs. 9.4%;IC95% 7−11日9,4);拥有和离开住所的发生率较低(63.9%;95% ci 56.8−70.5 vs. 77.3%;IC95% 72−81);大坝决堤后收入减少(33.0%);IC95% 27.1−39.6 vs. 14.1%;与食品安全相比,IC95%为11.2−17.6)。结论:粮食不安全发生率高,大坝决堤后家庭收入下降。此外,许多家庭的结构质量和污水流量较差。这些结果突出了家庭的脆弱性和获得充足食物的人权可能受到侵犯,表明迫切需要继续采取补救行动。
Projeto Saúde Brumadinho: insegurança alimentar e nutricional versus condições socioeconômicas e dimensões do sistema alimentar após desastre
RESUMO Objetivo: Descrever a situação de insegurança alimentar das famílias segundo as características socioeconômicas e dimensões do sistema alimentar em Brumadinho, Minas Gerais, Brasil, após desastre. Métodos: Estudo descritivo com foco no domicílio realizado pela linha de base do Projeto Saúde Brumadinho. A insegurança alimentar, desfecho principal, foi avaliada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar curta. Outras variáveis investigadas foram: socioeconômicas; estrato geográfico do domicílio; ativos (bens); renda; despesas familiares; cultivo de alimentos e criação de animais para consumo. Foram realizadas análises descritivas comparando a insegurança alimentar do domicílio segundo as demais variáveis pelo teste χ2 para comparação das proporções. Resultados: Dos domicílios investigados (n=1.441), 35,1% estavam em situação de insegurança alimentar. As famílias em insegurança alimentar apresentavam: menores prevalências de domicílios de alvenaria com revestimento (91,4%; IC95% 87,7%−94,1% vs. 96,7%; IC95% 94,9%−97,8%); maior proporção de fossa rudimentar (16,9%; IC95% 13,3%−21,2% vs. 9,4%; IC95% 7,4−11,9); menor prevalência de domicílios próprios e quitados (63,9%; IC95% 56,8−70,5 vs. 77,3%; IC95% 72,3−81,7); e redução da renda após o rompimento da barragem (33,0%; IC95% 27,1−39,6 vs. 14,1%; IC95% 11,2−17,6), quando comparadas àquelas em segurança alimentar. Conclusão: A prevalência de insegurança alimentar foi elevada, com relato de redução da renda das famílias após o rompimento da barragem. Ademais, boa parte dos domicílios apresentava pior qualidade estrutural e escoamento de esgoto. Esses resultados evidenciam a vulnerabilidade das famílias e possível violação do direito humano à alimentação adequada, denotando a urgência de ações reparadoras contínuas.
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