Lene da Silva Andrade, Josiane Santos da Silva, Carlos Valério Aguiar Gomes, Andrey Mendonça de Souza
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A meteorologia popular e seu uso em atividades produtivas na comunidade quilombola Mocambo, em Ourém, Pará, Brasil
Resumo Diversas sociedades desenvolveram habilidades por meio da observação do ambiente em que vivem, que lhes permitiram sobreviver a eventos atmosféricos inóspitos. Na Amazônia, o conhecimento empírico dos povos e das comunidades tradicionais tem permitido a adaptação aos ciclos climáticos, das águas e da floresta. Na literatura, o etnoconhecimento sobre o clima é tratado como antropologia do clima ou etnoclimatologia ou, ainda, meteorologia popular e se refere à maneira como os povos lidam com o tempo e o clima frente aos seus impactos sobre a sociedade ao longo da história. A proposta deste artigo é investigar práticas e/ou conhecimentos populares ou tradicionais utilizados (ou não), em predição ou diagnóstico do tempo e clima, por pescadores/as e agricultores/as do quilombo Mocambo, em Ourém, Pará, e suas percepções com relação às mudanças (ou variabilidade) climáticas. Entende-se como relevante abordar o tema desde o ponto de vista da comunidade. Norteou-se a investigação à luz da metodologia qualitativa de cunho exploratório. Relatos mostraram conhecimentos baseados em aspectos meteorológicos, fotometeorológicos, astronômicos, hidrológicos, pedológicos, biomarcadores e crenças religiosas. Das narrativas, percebeu-se pouco uso de saberes, motivados pela redução de sua conexão com a natureza, associadas à devastação de seu ambiente ecológico, causando impactos em sua renda e cultura alimentar.