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O martírio de mulheres indígenas do rio Negro em documentos do Serviço de Proteção aos Índios (1914-1915)
Resumo Em 1914, na região do médio rio Negro, mulheres indígenas foram violentadas e cruelmente assassinadas por um patrão local, o comerciante Diogo Gonçalves. O agente do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) no rio Marauiá denunciou os crimes em quatro missivas enviadas às autoridades estaduais e federais em Manaus. Os delitos têm como pano de fundo a economia política da borracha, o surgimento do SPI e a exploração da força de trabalho indígena na Amazônia no início do século XX. Este texto se dedica à transcrição integral e anotada dos quatro documentos, antecedida de uma breve apresentação de seu conteúdo e do contexto em que os crimes ocorreram.