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A Nova Economia Política do corpo: poder, saúde e cuidado na era da governamentalidade neoliberal
Esse artigo procura analisar como as tecnologias de poder que emergiram a partir da biopolitica se caracterizaram por promover a centralizacao da vida, algo que Foucault tambem denominou de somatocracia, ou seja, um tipo de operacao que tinha como finalidade a intervencao e a administracao nao de territorialidades, mas a observacao, intervencao e cuidado sobre o individuo, convertendo o corpo em objeto de um tipo de controle que ultrapassa as fronteiras do Estado na medida em que tambem atua por meio de governamentalidades. Desse modo, foi a partir da passagem das sociedades disciplinares para as sociedades de seguranca e de normalizacao que a saude publica acabou se tornando um dos principais campos de acao e efeitos da governamentalidade moderna, que como veremos no artigo tem como marco simbolico para Foucault o Plano Beveridge, que foi iniciado na Inglaterra na decada de 1940, servindo de modelo a organizacao da saude coletiva, em um momento posterior a Segunda Guerra Mundial. Assim, os ideais de bemestar e saude, passaram a se tornarem slogans de uma nova dinâmica das relacoes de poder entre o Estado e a sociedade, onde a medicina interviria sobre os individuos e a populacao nao fundamentada em leis especificamente, mas em normas sobre o corpo. O objetivo deste artigo e mostrar como as tecnologias de poder que incidem sobre a vida passaram a complexificar suas atuacoes a partir do seculo XX, indo do trabalho ao lazer, da doenca a saude, procurando o gerenciamento da populacao e dos individuos simbioticamente.