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Este artigo tem como objetivo identificar alguns aspectos críticos, representados por meio do topos do mundo às avessas, em As intermitências da morte, de José Saramago. A narrativa do romance apresenta um fato inusitado: o desaparecimento da morte. Diante deste acontecimento absurdo, as personagens apresentam um estado enérgico e eufórico com a perspectiva de viverem na eternidade, entretanto, é neste momento que as expectativas narradas na obra são fraturadas, visto que se depararam com a continuidade dos aspectos problemáticos inerentes ao ser humano: a velhice, a doença, a omissão das instituições e, por último, o caráter narcísico do homem. Em consideração a isso, a realização da análise literária deste estudo foi subsidiada pelo diálogo teórico com os autores: Ariès (2012), Becker (1973), Bloom (2005), Berman (1986), Berrini (1998), Calbucci (1999), Gerth (1977), Hodgart (1969), Huizinga (2015) e Soethe (1998). Em suma, a investigação deste estudo sugere como resultado a utilização de recursos particularmente expressivos, como o mundo às avessas, para os comentários críticos na construção da narrativa saramaguiana, com vistas a realizar denúncias sociais.