{"title":"沟通与城市权利:安杰塔住房运动中的社区建设","authors":"T. Penna, J. Miklos","doi":"10.15603/2175-7755/cs.v41n3p5-28","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A questao do deficit habitacional na cidade de Sao Paulo apresenta um problema de longa escala. Seguidamente eclodem mobilizacoes de grupos sem moradia que se organizam para reivindicar junto ao poder publico o direito a moradia e obterem um teto para morar. Como estrategia de luta esses grupos ocupam as ruas da cidade, no intento de dar visibilidade a causa lutando contra a criminalizacao e a invisibilidade. O objetivo do estudo e compreender a acao comunicativa e organizativa nos movimentos sociais e culturais e suas praticas de resistencia e transformacao das culturas frente a hegemonia comunicativa. Para este estudo, foi selecionado o Movimento de Moradia Anchieta e suas acoes comunicacionais. Os autores, durante os meses de agosto e setembro de 2016 realizaram um trabalho de cadastramento dos ocupantes da area invadida, que pertence ao Instituto Anchieta Grajau [1] . Ao longo desse processo de trabalho foram identificados 890 barracos, utilizados como moradias ocupadas por pouco mais de 2.800 pessoas. Para investigar a questao percorremos dois momentos metodologicos: o primeiro passo foi pautado pelo embasamento teorico a respeito do Direito a Cidade, Protestos, Movimentos Sociais, Vinculos e Comunidades a partir dos estudos de Castells (2013); Harvey (2014); Santos (2009); Pross (1997) Paiva (2003) e Hillman (1993). O segundo passo da investigacao consistiu na analise das narrativas verbais dos representantes do Movimento de Moradia Anchieta, buscando apreender como suas particulares motivacoes, que, reunidas, foram capazes de comungar uma rede, um grupo social atuante que manifesta uma reacao de contrapoder expressa na capacidade dos atores sociais desafiarem o poder embutido nas instituicoes da sociedade com o objetivo de reivindicar a representacao de seus proprios valores e interesses. Nos relatos dos ocupantes foi possivel sentir as significâncias individuais que traduziram as motivacoes incutidas no desejo e necessidade de fazer-se comunidade. [1] Fundado e juridicamente constituido em 28 de maio de 1994, tem como missao promover o desenvolvimento humano e local no Grajau, zona sul de Sao Paulo, por meio da Educacao, do Desenvolvimento Comunitario e da Integracao Socioambiental. Localizado em uma area verde de 220 mil m² no Distrito do Grajau, o IAG atua com familias em situacao de vulnerabilidade social, com infraestrutura de educacao, desenvolvimento, meio ambiente, profissionalizacao, contribuindo para o acesso a manifestacoes variadas da cultura. (MADEIRA, 2014, p. 45)","PeriodicalId":31285,"journal":{"name":"Comunicacao Sociedade","volume":"41 1","pages":"5-28"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-12-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Comunicação e direito à cidade: o fazer comunidade no movimento de moradia Anchieta\",\"authors\":\"T. Penna, J. Miklos\",\"doi\":\"10.15603/2175-7755/cs.v41n3p5-28\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A questao do deficit habitacional na cidade de Sao Paulo apresenta um problema de longa escala. 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Comunicação e direito à cidade: o fazer comunidade no movimento de moradia Anchieta
A questao do deficit habitacional na cidade de Sao Paulo apresenta um problema de longa escala. Seguidamente eclodem mobilizacoes de grupos sem moradia que se organizam para reivindicar junto ao poder publico o direito a moradia e obterem um teto para morar. Como estrategia de luta esses grupos ocupam as ruas da cidade, no intento de dar visibilidade a causa lutando contra a criminalizacao e a invisibilidade. O objetivo do estudo e compreender a acao comunicativa e organizativa nos movimentos sociais e culturais e suas praticas de resistencia e transformacao das culturas frente a hegemonia comunicativa. Para este estudo, foi selecionado o Movimento de Moradia Anchieta e suas acoes comunicacionais. Os autores, durante os meses de agosto e setembro de 2016 realizaram um trabalho de cadastramento dos ocupantes da area invadida, que pertence ao Instituto Anchieta Grajau [1] . Ao longo desse processo de trabalho foram identificados 890 barracos, utilizados como moradias ocupadas por pouco mais de 2.800 pessoas. Para investigar a questao percorremos dois momentos metodologicos: o primeiro passo foi pautado pelo embasamento teorico a respeito do Direito a Cidade, Protestos, Movimentos Sociais, Vinculos e Comunidades a partir dos estudos de Castells (2013); Harvey (2014); Santos (2009); Pross (1997) Paiva (2003) e Hillman (1993). O segundo passo da investigacao consistiu na analise das narrativas verbais dos representantes do Movimento de Moradia Anchieta, buscando apreender como suas particulares motivacoes, que, reunidas, foram capazes de comungar uma rede, um grupo social atuante que manifesta uma reacao de contrapoder expressa na capacidade dos atores sociais desafiarem o poder embutido nas instituicoes da sociedade com o objetivo de reivindicar a representacao de seus proprios valores e interesses. Nos relatos dos ocupantes foi possivel sentir as significâncias individuais que traduziram as motivacoes incutidas no desejo e necessidade de fazer-se comunidade. [1] Fundado e juridicamente constituido em 28 de maio de 1994, tem como missao promover o desenvolvimento humano e local no Grajau, zona sul de Sao Paulo, por meio da Educacao, do Desenvolvimento Comunitario e da Integracao Socioambiental. Localizado em uma area verde de 220 mil m² no Distrito do Grajau, o IAG atua com familias em situacao de vulnerabilidade social, com infraestrutura de educacao, desenvolvimento, meio ambiente, profissionalizacao, contribuindo para o acesso a manifestacoes variadas da cultura. (MADEIRA, 2014, p. 45)