{"title":"教育我,否则我会杀了你!","authors":"Rose Gurski","doi":"10.11606/ISSN.1981-1624.V24I1P62-70","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Temos pensado que a repetição da errância e da marginalidade na trajetória escolar de meninos e meninas que chegam à socioeducação acaba colocando a escola em um lugar complicado, um real não simbolizado em suas vidas. Ao não estarem incluídos nos sonhos e nas utopias educativas de nosso país, ao não serem sonhados como sujeitos educáveis e escolarizáveis, lhes apresentamos, enquanto sociedade, o que eles verbalizam: suas vidas se reduzem a matar ou morrer, ou seja, se encontram com o real da morte. Nesse contexto, abrimos algumas questões que irão nortear este artigo: o que se passa com esses adolescentes que migram da instituição escolar para a socioeducativa? O que temos feito, ou deixado de fazer, para que esses jovens não colem na escola e não se interessem pelo crime? Por que acabam por fazer suas trajetórias de vida junto ao tráfico e não nos bancos escolares? Qual a transmissão que aí não se faz? Que jovens a escola brasileira considera como “seus”?","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.11606/ISSN.1981-1624.V24I1P62-70","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Educa-me ou te mato!\",\"authors\":\"Rose Gurski\",\"doi\":\"10.11606/ISSN.1981-1624.V24I1P62-70\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Temos pensado que a repetição da errância e da marginalidade na trajetória escolar de meninos e meninas que chegam à socioeducação acaba colocando a escola em um lugar complicado, um real não simbolizado em suas vidas. Ao não estarem incluídos nos sonhos e nas utopias educativas de nosso país, ao não serem sonhados como sujeitos educáveis e escolarizáveis, lhes apresentamos, enquanto sociedade, o que eles verbalizam: suas vidas se reduzem a matar ou morrer, ou seja, se encontram com o real da morte. Nesse contexto, abrimos algumas questões que irão nortear este artigo: o que se passa com esses adolescentes que migram da instituição escolar para a socioeducativa? O que temos feito, ou deixado de fazer, para que esses jovens não colem na escola e não se interessem pelo crime? Por que acabam por fazer suas trajetórias de vida junto ao tráfico e não nos bancos escolares? Qual a transmissão que aí não se faz? Que jovens a escola brasileira considera como “seus”?\",\"PeriodicalId\":33891,\"journal\":{\"name\":\"Estilos da Clinica\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2019-04-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"https://sci-hub-pdf.com/10.11606/ISSN.1981-1624.V24I1P62-70\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Estilos da Clinica\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/ISSN.1981-1624.V24I1P62-70\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estilos da Clinica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/ISSN.1981-1624.V24I1P62-70","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Temos pensado que a repetição da errância e da marginalidade na trajetória escolar de meninos e meninas que chegam à socioeducação acaba colocando a escola em um lugar complicado, um real não simbolizado em suas vidas. Ao não estarem incluídos nos sonhos e nas utopias educativas de nosso país, ao não serem sonhados como sujeitos educáveis e escolarizáveis, lhes apresentamos, enquanto sociedade, o que eles verbalizam: suas vidas se reduzem a matar ou morrer, ou seja, se encontram com o real da morte. Nesse contexto, abrimos algumas questões que irão nortear este artigo: o que se passa com esses adolescentes que migram da instituição escolar para a socioeducativa? O que temos feito, ou deixado de fazer, para que esses jovens não colem na escola e não se interessem pelo crime? Por que acabam por fazer suas trajetórias de vida junto ao tráfico e não nos bancos escolares? Qual a transmissão que aí não se faz? Que jovens a escola brasileira considera como “seus”?