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A VIVENTE QUE GERA VIDA: ANALOGIA ENTRE O CORPO FEMININO E OS MISTÉRIOS DA CRIAÇÃO
No presente artigo, se levanta a hipótese de que é possível pensar teologicamente a corporeidade da terra em analogia com a corporeidade da mulher. Em um primeiro momento, se critica alguns elementos dualistas que marcaram a linguagem teológica. Em seguida, se apresenta a teologia cristã da criação como processo que inclui a perspectiva de gênero; depois, se reflete sobre a terra como corpo da criação. Passa-se, em seguida, a examinar a corporeidade da mulher em dois sentidos: sua abertura e receptividade e sua capacidade de repartir-se e distribuir-se para alimentar a outros. O texto evolui na direção de afirmar que essa analogia pode gerar uma mística e uma ética: permite contemplar o mistério da terra e do feminino ao mesmo tempo em que reverencia e protege sua vulnerabilidade; privilegia o cuidado da vida e a volta à casa materna e comum que é a terra. Nessa última parte do texto, se trabalha com alguns extratos de textos da filósofa e mística francesa Simone Weil. A conclusão levanta algumas pistas teológicas para a superação do antropocentrismo que tem agredido a terra e a mulher neste momento histórico.