{"title":"艺术表达是为移民和难民保护和开放空间的方式","authors":"Roberto Marinucci","doi":"10.1590/1980-85852503880006602","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O debate contemporâneo sobre migrações e refúgio é marcado por uma disputa de narrativas e representações. Há abordagens que alimentam a criminalização das pessoas migrantes e refugiadas numa ótica securitária, enquanto outras realçam os aspectos positivos da mobilidade, denunciam as violações e, inclusive, se tornam caixa de ressonância da perspectiva dos próprios sujeitos envolvidos. Essa disputa de narrativas e representações é travada mediante “produtos culturais”, entre os quais destacamos, neste dossiê da REMHU, as expressões artísticas. Estas expressões, a princípio, enquanto atividades culturais, podem ser mobilizadas tanto para promover direitos e denunciar violações quanto para espraiar perspectivas xenofóbicas e racistas, movidas inclusive pela mera lógica do mercado e do capital. Ainda assim, é inquestionável, nos últimos anos, a relevância assumida pela arte “engajada” ou “comprometida” com os movimentos sociais de resistência e luta pela defesa e promoção dos direitos de indivíduos e povos. A expressão “artivismo” (Ciurlo, 2020; Trione, 2022) vai nessa direção, focando uma maneira de fazer arte a serviço de uma causa, direta ou indiretamente, de forma político-militante ou mediante um engajamento ético (Napolitano, 2011, p. 29). Não é nosso objetivo específico entrar no complexo tema da relação entre a arte e a política, entre estética e ética, com suas possíveis implicações. Queremos apenas enfatizar como, de fato, nos últimos anos, a produção","PeriodicalId":31224,"journal":{"name":"REMHU Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Artistic expressions as ways to preserve and open space for migrants and refugees\",\"authors\":\"Roberto Marinucci\",\"doi\":\"10.1590/1980-85852503880006602\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O debate contemporâneo sobre migrações e refúgio é marcado por uma disputa de narrativas e representações. Há abordagens que alimentam a criminalização das pessoas migrantes e refugiadas numa ótica securitária, enquanto outras realçam os aspectos positivos da mobilidade, denunciam as violações e, inclusive, se tornam caixa de ressonância da perspectiva dos próprios sujeitos envolvidos. Essa disputa de narrativas e representações é travada mediante “produtos culturais”, entre os quais destacamos, neste dossiê da REMHU, as expressões artísticas. Estas expressões, a princípio, enquanto atividades culturais, podem ser mobilizadas tanto para promover direitos e denunciar violações quanto para espraiar perspectivas xenofóbicas e racistas, movidas inclusive pela mera lógica do mercado e do capital. Ainda assim, é inquestionável, nos últimos anos, a relevância assumida pela arte “engajada” ou “comprometida” com os movimentos sociais de resistência e luta pela defesa e promoção dos direitos de indivíduos e povos. A expressão “artivismo” (Ciurlo, 2020; Trione, 2022) vai nessa direção, focando uma maneira de fazer arte a serviço de uma causa, direta ou indiretamente, de forma político-militante ou mediante um engajamento ético (Napolitano, 2011, p. 29). Não é nosso objetivo específico entrar no complexo tema da relação entre a arte e a política, entre estética e ética, com suas possíveis implicações. Queremos apenas enfatizar como, de fato, nos últimos anos, a produção\",\"PeriodicalId\":31224,\"journal\":{\"name\":\"REMHU Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-09-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"REMHU Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.1590/1980-85852503880006602\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q3\",\"JCRName\":\"Social Sciences\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"REMHU Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1980-85852503880006602","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
Artistic expressions as ways to preserve and open space for migrants and refugees
O debate contemporâneo sobre migrações e refúgio é marcado por uma disputa de narrativas e representações. Há abordagens que alimentam a criminalização das pessoas migrantes e refugiadas numa ótica securitária, enquanto outras realçam os aspectos positivos da mobilidade, denunciam as violações e, inclusive, se tornam caixa de ressonância da perspectiva dos próprios sujeitos envolvidos. Essa disputa de narrativas e representações é travada mediante “produtos culturais”, entre os quais destacamos, neste dossiê da REMHU, as expressões artísticas. Estas expressões, a princípio, enquanto atividades culturais, podem ser mobilizadas tanto para promover direitos e denunciar violações quanto para espraiar perspectivas xenofóbicas e racistas, movidas inclusive pela mera lógica do mercado e do capital. Ainda assim, é inquestionável, nos últimos anos, a relevância assumida pela arte “engajada” ou “comprometida” com os movimentos sociais de resistência e luta pela defesa e promoção dos direitos de indivíduos e povos. A expressão “artivismo” (Ciurlo, 2020; Trione, 2022) vai nessa direção, focando uma maneira de fazer arte a serviço de uma causa, direta ou indiretamente, de forma político-militante ou mediante um engajamento ético (Napolitano, 2011, p. 29). Não é nosso objetivo específico entrar no complexo tema da relação entre a arte e a política, entre estética e ética, com suas possíveis implicações. Queremos apenas enfatizar como, de fato, nos últimos anos, a produção