{"title":"犹太著作《以诺一》、《以诺二》和《以诺三》对中世纪伊斯兰启示录文学发展的影响","authors":"F. Guimarães","doi":"10.35699/1982-3053.2021.36587","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nos primeiros séculos da Era Comum, foi ampla a utilização da literatura atribuída a Enoque entre os cristãos, principalmente o livro de I Enoque, mas também, de forma mais discreta, os escritos de II Enoque e III Enoque (este o que menos exerceu influência). O posicionamento oficial, no cristianismo ocidental, que descredenciou essa tradição como literatura útil à religiosidade cristã, deu-se no Concílio de Laodiceia (século VI) ao estabelecer que os únicos nomes de anjos reconhecidos como sagrados seriam Miguel, Gabriel e Rafael, afastando I Enoque (que cita vários nomes de anjos) o cenário exegético cristão ocidental por séculos. Entre os judeus, a literatura foi bastante influente até o Concílio de Jâmnia, final do século I, que considerou como sagrados para a religião os textos produzidos nos limites da Terra Santa, em língua hebraica, marginalizando I Enoque redigido originalmente em aramaico. Porém, o mesmo não aconteceu em algumas regiões do Oriente onde o Cristianismo continuou a utilizar-se do escrito. Partindo do prisma de que o Islamismo é uma religião monoteísta cujo nascedouro produziu intercâmbios intensos com literaturas judaico- cristãs, o artigo aponta para uma plausível influência do livro de I Enoque na construção da apocalíptica islâmica tomando como base comparativa o livro La Escala de Mahoma. O artigo é de natureza bibliográfica e está estruturado sobre o método comparativo, objetivando apresentar confluências narratológicas entre os escritos.","PeriodicalId":40327,"journal":{"name":"Arquivo Maaravi-Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2021-10-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"influência dos escritos judaicos de I Enoque, II Enoque e III Enoque no desenvolvimento da literatura apocalíptica islâmica medieval\",\"authors\":\"F. Guimarães\",\"doi\":\"10.35699/1982-3053.2021.36587\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Nos primeiros séculos da Era Comum, foi ampla a utilização da literatura atribuída a Enoque entre os cristãos, principalmente o livro de I Enoque, mas também, de forma mais discreta, os escritos de II Enoque e III Enoque (este o que menos exerceu influência). O posicionamento oficial, no cristianismo ocidental, que descredenciou essa tradição como literatura útil à religiosidade cristã, deu-se no Concílio de Laodiceia (século VI) ao estabelecer que os únicos nomes de anjos reconhecidos como sagrados seriam Miguel, Gabriel e Rafael, afastando I Enoque (que cita vários nomes de anjos) o cenário exegético cristão ocidental por séculos. Entre os judeus, a literatura foi bastante influente até o Concílio de Jâmnia, final do século I, que considerou como sagrados para a religião os textos produzidos nos limites da Terra Santa, em língua hebraica, marginalizando I Enoque redigido originalmente em aramaico. Porém, o mesmo não aconteceu em algumas regiões do Oriente onde o Cristianismo continuou a utilizar-se do escrito. Partindo do prisma de que o Islamismo é uma religião monoteísta cujo nascedouro produziu intercâmbios intensos com literaturas judaico- cristãs, o artigo aponta para uma plausível influência do livro de I Enoque na construção da apocalíptica islâmica tomando como base comparativa o livro La Escala de Mahoma. O artigo é de natureza bibliográfica e está estruturado sobre o método comparativo, objetivando apresentar confluências narratológicas entre os escritos.\",\"PeriodicalId\":40327,\"journal\":{\"name\":\"Arquivo Maaravi-Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2021-10-18\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Arquivo Maaravi-Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.35699/1982-3053.2021.36587\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"0\",\"JCRName\":\"HUMANITIES, MULTIDISCIPLINARY\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Arquivo Maaravi-Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35699/1982-3053.2021.36587","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"HUMANITIES, MULTIDISCIPLINARY","Score":null,"Total":0}
influência dos escritos judaicos de I Enoque, II Enoque e III Enoque no desenvolvimento da literatura apocalíptica islâmica medieval
Nos primeiros séculos da Era Comum, foi ampla a utilização da literatura atribuída a Enoque entre os cristãos, principalmente o livro de I Enoque, mas também, de forma mais discreta, os escritos de II Enoque e III Enoque (este o que menos exerceu influência). O posicionamento oficial, no cristianismo ocidental, que descredenciou essa tradição como literatura útil à religiosidade cristã, deu-se no Concílio de Laodiceia (século VI) ao estabelecer que os únicos nomes de anjos reconhecidos como sagrados seriam Miguel, Gabriel e Rafael, afastando I Enoque (que cita vários nomes de anjos) o cenário exegético cristão ocidental por séculos. Entre os judeus, a literatura foi bastante influente até o Concílio de Jâmnia, final do século I, que considerou como sagrados para a religião os textos produzidos nos limites da Terra Santa, em língua hebraica, marginalizando I Enoque redigido originalmente em aramaico. Porém, o mesmo não aconteceu em algumas regiões do Oriente onde o Cristianismo continuou a utilizar-se do escrito. Partindo do prisma de que o Islamismo é uma religião monoteísta cujo nascedouro produziu intercâmbios intensos com literaturas judaico- cristãs, o artigo aponta para uma plausível influência do livro de I Enoque na construção da apocalíptica islâmica tomando como base comparativa o livro La Escala de Mahoma. O artigo é de natureza bibliográfica e está estruturado sobre o método comparativo, objetivando apresentar confluências narratológicas entre os escritos.