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Escondendo os “1%”: crítica e lógica socioculturais
O Brasil é considerado como um dos países de distribuição de renda mais desigual no mundo contemporâneo. Entretanto, nele não emerge nenhuma crítica social específica da assimetria de recursos materiais. O artigo discute algumas hipóteses para explicar essa realidade aparentemente ilógica. Responde fundamentalmente pela dependência de caminho da afirmação da crítica da assimetria de recursos culturais e vincula esta última à emergência dos principais grupos políticos que surgiram com a redemocratização de 1985 e cuja dinâmica de disputa política segue uma lógica cultural. A disputa cultural subsome o potencial contencioso econômico, pois se instala duravelmente como sistema de metáforas, dotado de “dureza simbólica”.