“巴西不承认巴西人”

Nanah Sanches Vieira, T. Almeida, Vitor Coelho Camargo de Melo
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摘要

本文基于本土思想家波蒂古拉的作品元素和段落,论述了当代本土文学在巴西及其人民社会理论更新、在我们对国家社会的表述中强化霸权的巴西社会学方面的重要贡献,强调了从多元文化的角度克服了对社会解放的渴望所跨越的种族隐蔽性。基于对巴西文学中土著问题和独立主义的研究,从殖民时期到现在的旅行者和传教士的编年史,以及作者自己对这些经典的阅读,我们展示了原始民族是如何被皈依、排斥、俘虏、与失败者和亚种联系在一起的。也就是说,由于巴西知识界为宣传关于巴西人民及其作为一个以欧洲为中心的国家的身份的思想所做的努力,这一点被从主体的状况及其社会文化现实中抹去了。最后,指出了格拉萨·格鲁纳对教育和人权的解释,他反对“时间框架”的论点,支持土著亲属之间的女生联谊会。希望通过这些反思和分析,在产生非殖民化视角和女权主义敏感性的社会思想的过程中,在为国家构建新的乌托邦集体项目的过程中揭示与宇宙学、自我历史和本土知识相一致的文学项目。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
“O Brasil não reconhece os Brasis”
A partir de elementos e passagens da obra de Graça Graúna, pensadora indígena Potiguara, este artigo discute a importante contribuição da literatura indígena contemporânea na renovação da teoria social a respeito do Brasil e seu povo, tensionando a sociologia brasileira hegemônica na nossa representação de sociedade nacional, com destaque para a superação da invisibilização étnica atravessada pelo desejo de emancipação social em perspectiva pluricultural. Com base no estudo da questão indígena e do indianismo na literatura brasileira, desde as crônicas dos viajantes e missionários do período colonial até a atualidade, bem como na leitura da própria autora sobre esses cânones, é mostrado como os povos originários foram sendo convertidos, excluídos, tornados cativos, associados a perdedores e subespécies. Ou seja, apagados da condição de sujeitos e de suas realidades socioculturais pelos esforços empreendidos pela intelligentsia brasileira no sentido de propagar ideias sobre o povo brasileiro e sua identidade enquanto nação eurocentrada. Por fim, são apontadas a interpretação de Graça Graúna sobre educação e direitos humanos, sua atuação contra a tese do “Marco Temporal” e a favor da sororidade entre as parentes indígenas. Espera-se, com essas reflexões e análises, jogar luz sobre projetos literários alinhados às cosmologias, auto-histórias e saberes indígenas na produção de um pensamento social de perspectiva decolonial e sensibilidade feminista, na construção de novo(s) projeto(s) coletivo(s) utópico(s) para o país.
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