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PENSAR OUTRAMENTE O SILÊNCIO: POR UMA DESCOLONIZAÇÃO DA LINGUAGEM TEOLÓGICA NA CONTEMPORANEIDADE
A presente investigação tem como escopo repensar a questão do silêncio, tema tão caro à filosofia e à literatura contemporâneas e porque não dizer tão urgente para a teologia, sem cair, contudo, nas malhas dos discursos de tipo kata-bólicos ou de se entregar aos discursos de corte sim-bólicos provenientes da ontologia moderma. Trata-se, portanto, de propugnar uma terceira via para a teologia que passe pelo crivo da exaltação dos discursos para-bólicos que sejam capazes de justificar a premência de se ter de abrir um novo (antigo) espaço de linguagem para redizer o silêncio desde a ótica ético-profético advinda da primazia concedida ao outro como Bem para além do Ser, traço do infinito. A temática de fundo é por si só muito complexa uma vez que se está a lidar com o paradoxo da glória e da perdição advindo do silêncio pelo fato de ele evocar ao mesmo tempo a reverência e o indizível do mistério e, por outro lado, remeter à inumanidade ou ao fundo mortífero que atravessa a condição humana/social marcada pela naturalização da solidão. Diante desses desafios, essa abordagem se deixa inspirar pela tentativa de estabelecer uma fecunda intriga entre a filosofia da alteridade do filósofo franco-lituano Emmanuel Levinas e a teologia, tendo-se em mente reforçar a ideia/experiência radical do cristianismo de que a encarnação muda tudo.
PALAVRAS-CHAVE: Silêncio. Linguagem. Outro. Ética. Teologia.