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Imersa na vivência dos negros, a literatura afro-brasileira descreve peregrinações, desencantos, sonhos, deslocamentos, trânsitos, encruzilhadas, errâncias e exílios; denuncia a exclusão do afrodescendente; evidencia a relação subalterna do negro em relação ao branco; e expõe tradições africanas emudecidas em nossa cultura. Nesse contexto, acreditamos que a literatura afro-brasileira não é uma concepção desenvolvida isolada do contexto da literatura denominada canônica, contudo requer outra problematização e necessita ser compreendida como um sistema heterogêneo, de movimentos de rupturas, ressignificações e afirmações. Desse modo, os escritores afrodescendentes intencionam, em suas produções, retomar temáticas relacionadas às suas ascendências e vivências, marcadas pela amargura de um ambiente que aparenta não lhes pertencer. Conceição Evaristo, através de Ponciá, consegue dar fala aos derrotados, que descobrem na literatura uma das escassas aberturas para a construção de uma nova realidade. Por fim, a autora é representante de uma escrita que não se limitada a lamentos, mas traz aflições, perturbações sobre questões referentes à identidade negra, escravidão, racismo, pertencimento étnico-racial autoral e ficcional, afetos, ancestralidade, errância, diáspora, corpo negro, religiosidade, branquitude, negritude e memória, uma literatura empenhada com as origens e os valores culturais afro-brasileiros e/ou africanos.