{"title":"一个边界,一个边界,一个边界","authors":"Flora Daemon","doi":"10.46391/alceu.v22.ed47.2022.231","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo analisa o acervo Registro de Extremistas, parte do Archivo Provincial de la Memoria de Córdoba, Argentina, para refletir sobre as marcas involuntárias de presença dos agentes do Estado em imagens produzidas em um centro clandestino de assassinato e tortura. Nos dedicamos ao que escapa ao intento de controle das fotografias prontuariais ao focalizarmos os fragmentos de corpos dos agentes em negativos que circunstancialmente não foram descartados. Ainda que em primeiro plano se encontrem presos posicionados compulsoriamente diante da câmera, buscamos a segunda camada da imagem na qual figuram agentes de Estado atados ao dolo que cometeram por meio do registro fotográfico. Deslocamos a atenção para os lapsos e rastros investindo na conformação de um contra-arquivo que produz sentidos pela observação de presenças fugidias. Defendemos, assim, que o gesto de fotografar se configurou como mais uma violência perpetrada sobre as vítimas da engrenagem repressiva da ditadura no país.","PeriodicalId":34036,"journal":{"name":"Alceu","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-10-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A margem, a sobra e o lapso\",\"authors\":\"Flora Daemon\",\"doi\":\"10.46391/alceu.v22.ed47.2022.231\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo analisa o acervo Registro de Extremistas, parte do Archivo Provincial de la Memoria de Córdoba, Argentina, para refletir sobre as marcas involuntárias de presença dos agentes do Estado em imagens produzidas em um centro clandestino de assassinato e tortura. Nos dedicamos ao que escapa ao intento de controle das fotografias prontuariais ao focalizarmos os fragmentos de corpos dos agentes em negativos que circunstancialmente não foram descartados. Ainda que em primeiro plano se encontrem presos posicionados compulsoriamente diante da câmera, buscamos a segunda camada da imagem na qual figuram agentes de Estado atados ao dolo que cometeram por meio do registro fotográfico. Deslocamos a atenção para os lapsos e rastros investindo na conformação de um contra-arquivo que produz sentidos pela observação de presenças fugidias. Defendemos, assim, que o gesto de fotografar se configurou como mais uma violência perpetrada sobre as vítimas da engrenagem repressiva da ditadura no país.\",\"PeriodicalId\":34036,\"journal\":{\"name\":\"Alceu\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-10-10\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Alceu\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.46391/alceu.v22.ed47.2022.231\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Alceu","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.46391/alceu.v22.ed47.2022.231","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O artigo analisa o acervo Registro de Extremistas, parte do Archivo Provincial de la Memoria de Córdoba, Argentina, para refletir sobre as marcas involuntárias de presença dos agentes do Estado em imagens produzidas em um centro clandestino de assassinato e tortura. Nos dedicamos ao que escapa ao intento de controle das fotografias prontuariais ao focalizarmos os fragmentos de corpos dos agentes em negativos que circunstancialmente não foram descartados. Ainda que em primeiro plano se encontrem presos posicionados compulsoriamente diante da câmera, buscamos a segunda camada da imagem na qual figuram agentes de Estado atados ao dolo que cometeram por meio do registro fotográfico. Deslocamos a atenção para os lapsos e rastros investindo na conformação de um contra-arquivo que produz sentidos pela observação de presenças fugidias. Defendemos, assim, que o gesto de fotografar se configurou como mais uma violência perpetrada sobre as vítimas da engrenagem repressiva da ditadura no país.