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Educação Científica, (Pós)Verdade e (Cosmo)Políticas das Ciências
Neste texto, nós buscamos pensar sobre cosmopolíticas das ciências e educação científica em tempos de pós-verdade, inspiradas na formulação de autores de estudos da ciência e da tecnologia, complicados por perspectivas pós-coloniais e feministas. Nosso ponto de partida é uma compreensão da pós-verdade como uma espécie de condição social e política mais do que uma coisa ou fenômeno contra o qual iremos nos opor. Deste modo, nós desenvolvemos nosso argumento sob uma valência dupla. Por um lado, defendemos afastar-nos de uma concepção de educação científica que, atada à recuperação de fantasias do projeto iluminista, se restrinja à denúncia ou ao esclarecimento. Por outro, nós nos dedicamos a uma leitura da relação com a verdade que não seja da ordem da fé, mas que se estabeleça em termos de como práticas científicas nos permitem levar a sério um engajamento ético com o mundo, o que implica tomar o ato de dizer a verdade como um trabalho corporificado de agir na incerteza. Ao nos deslocar de uma verdade afiliativa para a evocação performativa da verdade, defendemos, por fim, o reestabelecimento da conexão entre práticas científicas e cosmopolítica, bem como uma relacionalidade ética com a verdade na educação científica, que seja da ordem do encontro entre subjetividade e alteridade na construção de mundos possíveis e mais habitáveis.