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Ensinar longe da escola: ensaio sobre as representações em E. Durkheim e R. Chartier
RESUMO Após meses com as salas de aula fechadas, professores e alunos ainda não vislumbram quando se poderá voltar às escolas. Roger Chartier, no artigo “Mundo pós-pandemia”, publicado em 1º de junho na página virtual do Sesc-SP, destaca a “infinita tristeza do ensino” no isolamento. Na esteira dessa percepção, vimos desde a interrupção das aulas avaliações as mais diversas sobre o papel da instituição escolar e da socialização que ela realiza para a formação educacional da infância e juventude. Interessados em alargar a visão sobre o tema, propomos historicizar o que chamamos aqui de “imagem da sala de aula”. Para concretizar nosso propósito, escolhemos para análise as imagens presentes nas famosas histórias em quadrinhos francesas do Petit Nicholas, assinadas por René Goscinny e ilustradas por Jean-Jacques Sempé entre 1956 e 1964. Tais imagens serão interpeladas com o auxílio da noção de representação, na voz de autores há muito tempo lidos e relidos entre os educadores: Émile Durkheim e Roger Chartier. O uso do conceito de representação nos será útil para explorar as múltiplas respostas dos autores de seus respectivos tempos históricos sobre os problemas e as potências da escola. Lembrando as palavras de Ítalo Calvino (1993), convém dedicarmos um tempo para revisitar leituras importantes de nossa formação. As referências permanecem as mesmas, mas nossas trajetórias e desafios mudam. A atual situação é um convite à releitura dessas obras “clássicas” que, pela sua fecundidade, sobretudo quando explicam a força da representação, permitem refletir sobre a construção do desejável em educação hoje.
期刊介绍:
De maneira geral, os participantes do dossiê identificam a crise — precipitada por uma série de denúncias de clientelismo, corporativismo, nepotismo e corrupção, que afetou principalmente a imagem do Senado Federal —, com razões de fundo de ordem institucional e falta de sintonia com transformações em curso na sociedade nas últimas décadas. As razões apontadas incluem distorções da representação proporcional, crise de representatividade, distanciamento da população em relação aos partidos e instituições políticas, oligarquização das principais instituições parlamentares, sistema eleitoral ultrapassado, entre outros aspectos.