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Uma história da rádio pouco sonora: em torno dos arquivos sonoros radiofónicos de Portugal e Espanha
A construção da história da rádio depende da existência de arquivos sonoros que a expliquem a partir do seu próprio material acústico. A natureza sonora do meio exige que o seu estudo não se acomode à documentação escrita e aos testemunhos orais que, embora essenciais, são apenas uma das facetas que ajudam à construção da memória da rádio. Neste artigo, partindo de autores de referência que problematizam a dimensão sonora da rádio e a importância dos arquivos sonoros (BALSEBRE, 2002; CARLES, 1992), esperamos contribuir para uma reflexão sobre a necessidade de promoção do acesso dos investigadores ao vasto património que as rádios encerram. Fazemo-lo através do estudo de caso dos arquivos sonoros da Rádio e Televisão de Portugal e da Radio Nacional de España, com recurso à análise documental e a entrevistas em profundidade com os respetivos responsáveis. Concluímos que a dificuldade de acesso dos investigadores a estes espólios ainda subsiste, comprometendo a utilização das fontes sonoros na construção da história da mídia.