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Neste texto, David Scott reflete sobre o tema da tolerância e da diferença no contexto pós-colonial. Para tanto, o autor parte do caso do Sri Lanka no final do século XX, um país formado por grupos étnicos e religiosos muçulmanos, cristãos e budistas, e marcado por uma guerra civil de caráter interétnico. Ao retomar algumas elaborações pertencentes à matriz do discurso liberal e secular moderno em torno da questão da convivência desses distintos grupos no país, o autor aponta para os impasses e as limitações dessas formulações quando se veem diante de comunidades orientadas por princípios não liberais. Assim, em lugar do privilégio liberal ao indivíduo e às suas escolhas autônomas em relação à comunidade como orientador da política de tolerância do Estado, Scott argumenta por uma compreensão das comunidades étnicas e religiosas como tradições históricas que se constituem enquanto comunidades morais e políticas com identidades corporificadas por seus membros. O autor conclui que um projeto de tolerância efetivo deve passar necessariamente por essa compreensão, buscando instituir espaços públicos políticos em que exista tanto o reconhecimento mútuo das identidades não liberais envolvidas, quanto o diálogo entre elas.