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UM MARCO LUMINOSO NAS BRENHAS DE MINAS: DO ALDEAMENTO À COLÔNIA INDÍGENA DO ITAMBACURI (1840-1910)
Nosso objetivo é compreender como Itambacuri – nascido aldeamento e depois transformado em colônia indígena – se integra, na longa duração, ao desejo de transformação do Vale do Mucuri em um território útil e produtivo na transição do século XIX para o XX. A partir do manejo de diversas fontes, assinala-se como a imposição de novos estatutos políticos e administrativos inserem-se nessa proposta de conformação e legitimação da região norte e noroeste de Minas Gerais. Verificou-se que a constituição do aldeamento/colônia de Itambacuri pode ser admitida como espécie de coroamento de um persistente apetite territorial que visava não apenas eliminar os obstáculos para progresso, mas ressignificá-los e integrá-los como pilares na construção de uma Minas Gerais civilizada, mestiça e cristã. Nesse sentido, a colônia aperfeiçoou alguns processos espaciais em curso: i.) a fixação do indígena (transmutando-o em nacional); ii.) o povoamento da região como uma nova população; iii) o processo de normatização do espaço, isto é, a definição de um novo estatuto da terra; iv.) a organização de regras de produção, circulação e disseminação de ideias e produtos agrícolas e manufaturados. No entanto, o mais importante aspecto desse processo socioespacial de mudança regional vinculava-se à instituição de novas e mais elaboradas formas de trabalho e gestão da terra outrora indígena.
Palavras-chave: Território; Região; Norte de Minas; Vale do Mucuri; Política Indigenista