{"title":"衰老:(抗)衰老的一种新体验","authors":"A. Rozendo","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.35489","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"No último levantamento demográfico mundial, realizado United Nations [UN], publicado no ano de 2015, pudemos observar que a média da expectativa de vida dos seres humanos já ultrapassava os 82 anos em países como Hong Kong, Japão, Itália e Suíça (World Population Prospects, 2015). O mesmo levantamento ainda projeta que a expectativa de vida nos referidos países chegará a 87 anos nas próximas três décadas. Além de uma expectativa de vida alta, nota-se, na atualidade, o aumento significante do número de pessoas com idade acima de 100 anos espalhados por todo o mundo (Baccarelli et al., 2016). Crescem os estudos que buscam desvelar as caraterísticas do DNA e MRNA dos centenários e, quiçá, descobrirem o segredo da vida eterna (Baccarelli et al., 2016; He et al., 2016). Nesta conjuntura, as pessoas, o estado e o mercado se preparam, cada vez mais, para uma experiência de vida longa. Contudo, alguns indivíduos pretendem passar pelos anos sem necessariamente envelhecer. Ao contrário de abrir novas oportunidades para a velhice, a expectativa de vida cada vez maior tem revitalizado alguns anseios humanos muito antigos, como burlar, reverter, ocultar e transcender o envelhecimento. Por exemplo, os mitos e lendas do rejuvenescimento são bastante comuns na história de diversas culturas, já há muitos séculos, ou milênios. “O destino de Cartaphilus” na Islândia, a ‘fórmula da renovação da vida’ do deus hindu Indra, a ‘ambrosia’ dos deuses gregos, a ‘água da vida’ na Europa medieval e a ‘fonte da juventude’ presente em culturas do oriente e ocidente, são estórias que abordam um profundo desejo humano de buscar a juventude, tal como apontava Hopkins (1905). A pesquisadora e escritora francesa Simone de Beauvoir (1970-1990), em seu clássico ensaio A Velhice, lembra da importância assumida pelo mito da ‘fonte da juventude’ nas artes e na cultura no período do Renascimento. A imagem do corpo envelhecido deixou de ser apenas ‘desagradável’ e passou a ser considerada ‘repugnante’. Dos poemas de Erasmo de Roterdã, às pinturas de Quentin Matsys, o corpo envelhecido foi atacado, humilhado e desvalorizado, com especial ênfase ao corpo das mulheres, considerado pela cultura misógina daquele período como simples objeto de satisfação dos desejos dos homens. As imagens negativas do envelhecimento, construídas historicamente, foram revisadas somente a partir dos anos de 1970, com a invenção do que conhecemos, atualmente, por ‘terceira idade’. 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摘要
在联合国于2015年发布的上一次全球人口调查中,我们观察到香港、日本、意大利和瑞士等国的人类平均预期寿命已经超过82岁(《世界人口展望》,2015年)。同一项调查还预测,这些国家的预期寿命将在未来三十年达到87岁。除了高预期寿命外,目前世界各地100岁以上的人口数量也显著增加(Baccarelli等人,2016)。越来越多的研究试图揭示百岁老人的DNA和MRNA特征,也许还能发现永生的秘密(Baccarelli et al.,2016;He等人,2016)。在这个节骨眼上,人们、国家和市场都在为漫长的人生经历做越来越多的准备。然而,有些人打算在不一定衰老的情况下度过这些年。与为老年人开辟新的机会不同,预期寿命的增加重振了人类一些非常古老的渴望,例如规避、逆转、隐藏和超越衰老。例如,复兴的神话和传说在许多世纪前或数千年前的各种文化史上都很常见。正如霍普金斯(1905)所指出的,冰岛的“卡塔斐罗斯的命运”、印度神因陀罗的“生命更新公式”、希腊神的“安布罗西亚”、中世纪欧洲的“生命之水”以及东西方文化中的“青春之泉”,都是讲述人类追求青春的深层愿望的故事。法国研究人员和作家西蒙·德·波伏娃(1970年至1990年)在她的经典散文《A Velhice》中回忆了文艺复兴时期“青春之泉”神话在艺术和文化中的重要性。衰老身体的形象不再只是“令人不快”,现在被认为是“令人恶心”。从伊拉斯谟的鹿特丹诗歌到昆汀·马特西斯的绘画,衰老的身体受到攻击、羞辱和贬低,特别强调女性的身体,被那个时期的厌女文化视为满足男性欲望的简单对象。从20世纪70年代开始,随着我们现在所知的“老年”的发明,人们才对历史上构建的衰老的负面形象进行了回顾。公共政策,特别是在欧洲,开始关注退休人员和养老金领取者,以便将他们纳入教育活动,
AGELESS: UMA EXPERIÊNCIA EMERGENTE DE (ANTI)ENVELHECIMENTO
No último levantamento demográfico mundial, realizado United Nations [UN], publicado no ano de 2015, pudemos observar que a média da expectativa de vida dos seres humanos já ultrapassava os 82 anos em países como Hong Kong, Japão, Itália e Suíça (World Population Prospects, 2015). O mesmo levantamento ainda projeta que a expectativa de vida nos referidos países chegará a 87 anos nas próximas três décadas. Além de uma expectativa de vida alta, nota-se, na atualidade, o aumento significante do número de pessoas com idade acima de 100 anos espalhados por todo o mundo (Baccarelli et al., 2016). Crescem os estudos que buscam desvelar as caraterísticas do DNA e MRNA dos centenários e, quiçá, descobrirem o segredo da vida eterna (Baccarelli et al., 2016; He et al., 2016). Nesta conjuntura, as pessoas, o estado e o mercado se preparam, cada vez mais, para uma experiência de vida longa. Contudo, alguns indivíduos pretendem passar pelos anos sem necessariamente envelhecer. Ao contrário de abrir novas oportunidades para a velhice, a expectativa de vida cada vez maior tem revitalizado alguns anseios humanos muito antigos, como burlar, reverter, ocultar e transcender o envelhecimento. Por exemplo, os mitos e lendas do rejuvenescimento são bastante comuns na história de diversas culturas, já há muitos séculos, ou milênios. “O destino de Cartaphilus” na Islândia, a ‘fórmula da renovação da vida’ do deus hindu Indra, a ‘ambrosia’ dos deuses gregos, a ‘água da vida’ na Europa medieval e a ‘fonte da juventude’ presente em culturas do oriente e ocidente, são estórias que abordam um profundo desejo humano de buscar a juventude, tal como apontava Hopkins (1905). A pesquisadora e escritora francesa Simone de Beauvoir (1970-1990), em seu clássico ensaio A Velhice, lembra da importância assumida pelo mito da ‘fonte da juventude’ nas artes e na cultura no período do Renascimento. A imagem do corpo envelhecido deixou de ser apenas ‘desagradável’ e passou a ser considerada ‘repugnante’. Dos poemas de Erasmo de Roterdã, às pinturas de Quentin Matsys, o corpo envelhecido foi atacado, humilhado e desvalorizado, com especial ênfase ao corpo das mulheres, considerado pela cultura misógina daquele período como simples objeto de satisfação dos desejos dos homens. As imagens negativas do envelhecimento, construídas historicamente, foram revisadas somente a partir dos anos de 1970, com a invenção do que conhecemos, atualmente, por ‘terceira idade’. As políticas públicas, principalmente na Europa, passaram a focar os aposentados e pensionistas, a fim de inseri-los em atividades educacionais,
期刊介绍:
Publicar textos originais sobre temáticas que privilegiem pesquisas de natureza predominantemente qualitativas, na área das Ciências Humanas e da Saúde, tendo em vista a contribuição para o desenvolvimento da Psicologia numa perspectiva crítica, transformadora e interdisciplinar, e que busquem aprofundamento teórico.