{"title":"青少年分析:技术弹性领域的临床沉浸感","authors":"Cassandra Pereira França","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v24i2p217-230","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo apresenta uma trajetória de descoberta da riqueza das ideias ferenczianas: partindo de uma questão de manejo técnico da “identificação com o agressor” na clínica com crianças vítimas de abuso sexual, a autora se deparou com as visionárias ideias de Sándor Ferenczi em prol de uma flexibilidade na técnica analítica, com a finalidade de driblar a resistência de alguns pacientes ao método analítico ortodoxo. Tal proposta, mesmo não tendo sido estudada ou seguida pelas instituições psicanalíticas, serve, perfeitamente, para descrever o manejo da técnica analítica com adolescentes na contemporaneidade – tanto na renúncia à estrita observância da regra fundamental da associação livre, quanto na necessária disponibilidade do analista para conviver seja com o silêncio como modo de resistência do paciente, seja com suas atuações (acting out). Ao estímulo dado por Ferenczi aos analistas para prestarem atenção à força da resistência dos clientes e aos sentimentos mobilizados pela contratransferência, podem somar-se as prescrições acerca da confiança na franqueza e na sinceridade do analista diante das atitudes desconfiadas e antipáticas do paciente – recomendações que se encaixam, como uma luva, no campo minado em que se constitui o setting analítico com adolescentes, conforme será ilustrado por fragmentos de um caso clínico.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Análise de adolescentes: imersões clínicas no reino da elasticidade da técnica\",\"authors\":\"Cassandra Pereira França\",\"doi\":\"10.11606/issn.1981-1624.v24i2p217-230\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo apresenta uma trajetória de descoberta da riqueza das ideias ferenczianas: partindo de uma questão de manejo técnico da “identificação com o agressor” na clínica com crianças vítimas de abuso sexual, a autora se deparou com as visionárias ideias de Sándor Ferenczi em prol de uma flexibilidade na técnica analítica, com a finalidade de driblar a resistência de alguns pacientes ao método analítico ortodoxo. Tal proposta, mesmo não tendo sido estudada ou seguida pelas instituições psicanalíticas, serve, perfeitamente, para descrever o manejo da técnica analítica com adolescentes na contemporaneidade – tanto na renúncia à estrita observância da regra fundamental da associação livre, quanto na necessária disponibilidade do analista para conviver seja com o silêncio como modo de resistência do paciente, seja com suas atuações (acting out). Ao estímulo dado por Ferenczi aos analistas para prestarem atenção à força da resistência dos clientes e aos sentimentos mobilizados pela contratransferência, podem somar-se as prescrições acerca da confiança na franqueza e na sinceridade do analista diante das atitudes desconfiadas e antipáticas do paciente – recomendações que se encaixam, como uma luva, no campo minado em que se constitui o setting analítico com adolescentes, conforme será ilustrado por fragmentos de um caso clínico.\",\"PeriodicalId\":33891,\"journal\":{\"name\":\"Estilos da Clinica\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2019-08-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Estilos da Clinica\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i2p217-230\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estilos da Clinica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i2p217-230","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Análise de adolescentes: imersões clínicas no reino da elasticidade da técnica
O artigo apresenta uma trajetória de descoberta da riqueza das ideias ferenczianas: partindo de uma questão de manejo técnico da “identificação com o agressor” na clínica com crianças vítimas de abuso sexual, a autora se deparou com as visionárias ideias de Sándor Ferenczi em prol de uma flexibilidade na técnica analítica, com a finalidade de driblar a resistência de alguns pacientes ao método analítico ortodoxo. Tal proposta, mesmo não tendo sido estudada ou seguida pelas instituições psicanalíticas, serve, perfeitamente, para descrever o manejo da técnica analítica com adolescentes na contemporaneidade – tanto na renúncia à estrita observância da regra fundamental da associação livre, quanto na necessária disponibilidade do analista para conviver seja com o silêncio como modo de resistência do paciente, seja com suas atuações (acting out). Ao estímulo dado por Ferenczi aos analistas para prestarem atenção à força da resistência dos clientes e aos sentimentos mobilizados pela contratransferência, podem somar-se as prescrições acerca da confiança na franqueza e na sinceridade do analista diante das atitudes desconfiadas e antipáticas do paciente – recomendações que se encaixam, como uma luva, no campo minado em que se constitui o setting analítico com adolescentes, conforme será ilustrado por fragmentos de um caso clínico.