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O artigo discute a literatura produzida por mulheres latino-americanas exiladas ao longo da segunda metade do século XX, com ênfase em testemunhos nos quais se percebe um entrelaçamento entre história, política e memória, característica marcante de boa parte das narrativas contemporâneas. As autoras rompem um silêncio mantido por muitos anos com a intenção de mostrar de que maneira os acontecimentos podem ser ressignificados por relatos orais ou textos literários impressos, cuja finalidade última é a de tentar superar o trauma do encarceramento, da tortura e do exílio, em um incessante exercício de autoanálise e compreensão do aspecto coletivo dos fatos históricos testemunhados. Para a abordagem das obras, utilizou-se como suporte textos teóricos e críticos a respeito do fenômeno do exílio, tais como VIÑAR (1992); ROLLEMBERG (1999); PIZARRO (2006); e SZNAJDER, RONIGER (2009); e estudos sobre a história política da América Latina, como DINGES (2005); e NEPOMUCENO (2015).