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摘要
在这篇文章中,我以观察到的观点为出发点,亚诺马米萨满达维·科佩纳瓦与人类学家布鲁斯·艾伯特合著的《a queda do céu》一书是在Terre Humaine Collection的编辑部详细阐述的,该书在历史上对人文主义偏见作为在识字环境中产生的知识的指导提出了质疑。映射这种偏见,我将某些编辑中介,即对人文主义和人类的理解,与如何从科佩纳瓦的萨满视角理解这些概念进行了比较。我争论它是如何在扩大对人类的理解的同时,声称它是一种生态条件的。如果说,一方面,科佩纳瓦的视角讲述的是一个不仅仅是人类的人性,与西方人道主义的自恋的人类中心主义不同,另一方面,他的话的吸引力是专门针对人类谚语的,因为它们已经成为破坏陆地森林的特权代理人。这篇文章展示了Davi Kopenawa的思想是如何在生态学的中心阐述的,作为一本写给我们的书,它带来了对人类意识扩展的需求,既是知识和认可的产物,也是在环境崩溃的情况下面对人类未来重大问题的原则。
Da terra humana à emergência de um "humanismo" ecológico nas palavras de Davi Kopenawa endereçadas aos brancos
Neste artigo, tomo como ponto de partida a observação de que o livro A queda do céu, do xamã yanomami Davi Kopenawa em coautoria com o antropólogo Bruce Albert, foi elaborado no chão editorial da Coleção Terre Humaine, que disputa historicamente um viés Humanista como orientação para o conhecimento produzido no meio letrado. Mapeando esse viés, comparo certas mediações editoriais, a saber, o entendimento de humanismo e de humano, com o modo como essas noções podem ser entendidas a partir da perspectiva xamânica de Kopenawa. Argumento sobre como ela, ao mesmo tempo em que expande a compreensão do humano, o reivindica como uma condição ecológica. Se por um lado a perspectiva de Kopenawa fala de uma humanidade não só humana, divergente do antropocentrismo narcisista do Humanismo ocidental, por outro lado, o apelo de suas palavras é dirigido especificamente aos ditos humanos, uma vez que estes se tornaram os agentes privilegiados da destruição da terra-floresta. O artigo mostra de que forma o pensamento de Davi Kopenawa, elaborado no centro da ecologia e enquanto um livro endereçado a nós, traz a necessidade da expansão do sentido de humano, tanto como produção de conhecimento e reconhecimento, quanto como princípio para o enfretamento das grandes interrogações acerca do futuro da Humanidade perante o colapso ambiental.