Luiza Carvalho Santos Brandão, Constantino Luz de Medeiros
{"title":"乡村起义:作为反抗形式的法国民间故事","authors":"Luiza Carvalho Santos Brandão, Constantino Luz de Medeiros","doi":"10.5902/1679849x67788","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo analisa e discute o conto popular francês enquanto instrumento de representação literária e de conscientização crítica das camadas sociais populares. Enquanto forma literária cuja origem remete à tradição das formas breves, o conto francês é um objeto muito importante para pensarmos a cultura popular no início da modernidade na Europa. Tais narrativas evidenciam a consciência do povo do campo acerca da dura realidade que os cercava e forneciam estratégias resistir a ela. Em um período em que a fome e a doença assolavam o continente, as histórias que os camponeses contavam serviam não apenas de divertimento, mas levantavam questões latentes à vida nos feudos, as quais, no decorrer do tempo, auxiliariam a formar o espírito crítico dessas populações. Para os franceses, os contos informavam sobre o mundo e forneciam meios para enfrentá-lo. No presente artigo, objetiva-se realizar esta discussão a partir da teorização realizada por Darnton (2014) sobre as histórias que os camponeses contam, tendo em perspectiva o conceito de resistência inerente à narrativa apresentado por Bosi (1996) e a produção de Burke (2010) acerca da descoberta do povo e da cultura oral. Para tanto, serão analisados os contos O pequeno polegar (PERRAULT, 2010), Jean de l’ours (anônimo) e L’enfant perdu (DELAURE, 1956).","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-01-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Revolta nas aldeias: o conto popular francês como forma de resistência\",\"authors\":\"Luiza Carvalho Santos Brandão, Constantino Luz de Medeiros\",\"doi\":\"10.5902/1679849x67788\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo analisa e discute o conto popular francês enquanto instrumento de representação literária e de conscientização crítica das camadas sociais populares. Enquanto forma literária cuja origem remete à tradição das formas breves, o conto francês é um objeto muito importante para pensarmos a cultura popular no início da modernidade na Europa. Tais narrativas evidenciam a consciência do povo do campo acerca da dura realidade que os cercava e forneciam estratégias resistir a ela. Em um período em que a fome e a doença assolavam o continente, as histórias que os camponeses contavam serviam não apenas de divertimento, mas levantavam questões latentes à vida nos feudos, as quais, no decorrer do tempo, auxiliariam a formar o espírito crítico dessas populações. Para os franceses, os contos informavam sobre o mundo e forneciam meios para enfrentá-lo. No presente artigo, objetiva-se realizar esta discussão a partir da teorização realizada por Darnton (2014) sobre as histórias que os camponeses contam, tendo em perspectiva o conceito de resistência inerente à narrativa apresentado por Bosi (1996) e a produção de Burke (2010) acerca da descoberta do povo e da cultura oral. Para tanto, serão analisados os contos O pequeno polegar (PERRAULT, 2010), Jean de l’ours (anônimo) e L’enfant perdu (DELAURE, 1956).\",\"PeriodicalId\":40985,\"journal\":{\"name\":\"Literatura e Autoritarismo\",\"volume\":null,\"pages\":null},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2022-01-13\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Literatura e Autoritarismo\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5902/1679849x67788\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"0\",\"JCRName\":\"LITERATURE\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Literatura e Autoritarismo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5902/1679849x67788","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERATURE","Score":null,"Total":0}
Revolta nas aldeias: o conto popular francês como forma de resistência
O artigo analisa e discute o conto popular francês enquanto instrumento de representação literária e de conscientização crítica das camadas sociais populares. Enquanto forma literária cuja origem remete à tradição das formas breves, o conto francês é um objeto muito importante para pensarmos a cultura popular no início da modernidade na Europa. Tais narrativas evidenciam a consciência do povo do campo acerca da dura realidade que os cercava e forneciam estratégias resistir a ela. Em um período em que a fome e a doença assolavam o continente, as histórias que os camponeses contavam serviam não apenas de divertimento, mas levantavam questões latentes à vida nos feudos, as quais, no decorrer do tempo, auxiliariam a formar o espírito crítico dessas populações. Para os franceses, os contos informavam sobre o mundo e forneciam meios para enfrentá-lo. No presente artigo, objetiva-se realizar esta discussão a partir da teorização realizada por Darnton (2014) sobre as histórias que os camponeses contam, tendo em perspectiva o conceito de resistência inerente à narrativa apresentado por Bosi (1996) e a produção de Burke (2010) acerca da descoberta do povo e da cultura oral. Para tanto, serão analisados os contos O pequeno polegar (PERRAULT, 2010), Jean de l’ours (anônimo) e L’enfant perdu (DELAURE, 1956).