{"title":"按顺序?神学仪式研究","authors":"Ângelo Cardita","doi":"10.7559/ephata.2019.299","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo debruça-se sobre o problema do significado do rito, levando a sério a provocação de Frits Staal, segundo o qual, o rito é completamente desprovido de significação. O artigo parte de três traduções diferentes de uma expressão latina presente na constituição conciliar Sacrosanctum Concilium sugerindo que através dos ritos e orações se chega à inteligência do mistério da fé, ao contrário das traduções vernáculas que tendem a subordinar o rito ao mistério, a prática à teoria. Em termos linguísticos, o rito é considerado como um «significante», mas qual é a sua relação com o «significado»? Arbitrária, como considerou Saussure, ou necessária como propôs Benveniste? Mais radicalmente, será que o rito se caracteriza mesmo pela significação? Segundo Frits Staal, o rito deve ser considerado antes como sintaxe pura. As ciências humanas e sociais, contudo, parecem necessitar do pressuposto da significação. Por seu turno, a possibilidade de se considerar a liturgia como uma realidade autorreferencial já tinha sido antecipada por Guardini. Apesar disso, a perspetiva continua a constituir um desafio analítico tanto para as ciências humanas e sociais como para a teologia. Será possível que esta se desenvolva como uma gramática da fé a partir da sintática ritual, à semelhança da gramática generativa de Chomsky que inspira Staal? O artigo sustenta que tal é não somente possível, mas oportuno e necessário.","PeriodicalId":34496,"journal":{"name":"Ephata","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-09-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Per ritus et preces? Teologia e Ritual Studies\",\"authors\":\"Ângelo Cardita\",\"doi\":\"10.7559/ephata.2019.299\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo debruça-se sobre o problema do significado do rito, levando a sério a provocação de Frits Staal, segundo o qual, o rito é completamente desprovido de significação. O artigo parte de três traduções diferentes de uma expressão latina presente na constituição conciliar Sacrosanctum Concilium sugerindo que através dos ritos e orações se chega à inteligência do mistério da fé, ao contrário das traduções vernáculas que tendem a subordinar o rito ao mistério, a prática à teoria. Em termos linguísticos, o rito é considerado como um «significante», mas qual é a sua relação com o «significado»? Arbitrária, como considerou Saussure, ou necessária como propôs Benveniste? Mais radicalmente, será que o rito se caracteriza mesmo pela significação? Segundo Frits Staal, o rito deve ser considerado antes como sintaxe pura. As ciências humanas e sociais, contudo, parecem necessitar do pressuposto da significação. Por seu turno, a possibilidade de se considerar a liturgia como uma realidade autorreferencial já tinha sido antecipada por Guardini. Apesar disso, a perspetiva continua a constituir um desafio analítico tanto para as ciências humanas e sociais como para a teologia. Será possível que esta se desenvolva como uma gramática da fé a partir da sintática ritual, à semelhança da gramática generativa de Chomsky que inspira Staal? O artigo sustenta que tal é não somente possível, mas oportuno e necessário.\",\"PeriodicalId\":34496,\"journal\":{\"name\":\"Ephata\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2019-09-04\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Ephata\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.7559/ephata.2019.299\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ephata","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.7559/ephata.2019.299","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Este artigo debruça-se sobre o problema do significado do rito, levando a sério a provocação de Frits Staal, segundo o qual, o rito é completamente desprovido de significação. O artigo parte de três traduções diferentes de uma expressão latina presente na constituição conciliar Sacrosanctum Concilium sugerindo que através dos ritos e orações se chega à inteligência do mistério da fé, ao contrário das traduções vernáculas que tendem a subordinar o rito ao mistério, a prática à teoria. Em termos linguísticos, o rito é considerado como um «significante», mas qual é a sua relação com o «significado»? Arbitrária, como considerou Saussure, ou necessária como propôs Benveniste? Mais radicalmente, será que o rito se caracteriza mesmo pela significação? Segundo Frits Staal, o rito deve ser considerado antes como sintaxe pura. As ciências humanas e sociais, contudo, parecem necessitar do pressuposto da significação. Por seu turno, a possibilidade de se considerar a liturgia como uma realidade autorreferencial já tinha sido antecipada por Guardini. Apesar disso, a perspetiva continua a constituir um desafio analítico tanto para as ciências humanas e sociais como para a teologia. Será possível que esta se desenvolva como uma gramática da fé a partir da sintática ritual, à semelhança da gramática generativa de Chomsky que inspira Staal? O artigo sustenta que tal é não somente possível, mas oportuno e necessário.