{"title":"编辑","authors":"Cyntia Santos Malaguti de Sousa","doi":"10.35522/eed.v29i2.1205","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Prezado leitor, Momentos de crise são oportunidades para reflexão, aprendizado, crescimento, mudança e resistência, mesmo quando eles apresentam desafios nunca experimentados, trazem sofrimento e impõem limitações, como a grave situação de pandemia por que passamos, acrescida pela desvalorização da pesquisa e do conhecimento científico em nosso país. Em circunstâncias como esta, mais importante se torna ainda o papel do design na problematização da multifacetada realidade experimentada pelos diferentes indivíduos e coletivos que compõem nossa sociedade, em seus diversos contextos, necessidades, anseios e visões de mundo; assim como na busca e proposição de soluções adequadas, que apontem para um futuro mais digno, justo, equilibrado e que ofereça melhores oportunidades de bem-estar, participação e regeneração de contextos de vida para todos. Entretanto, sem o suporte de uma investigação comprometida, apoiada em referenciais teóricos coerentes; sem métodos científicos e ferramentas adequados para levantamento e análise de dados; sem a troca de experiências e interação entre pesquisadores e, sobretudo, sem a difusão criteriosa do conhecimento produzido dessa forma, o risco de se trilhar caminhos equivocados aumenta muito.Neste contexto, tem sido ainda mais fundamental e estratégico o papel da Revista Estudos em Design, há mais de 25 anos à frente da difusão da pesquisa em design no Brasil. Atuando ao mesmo tempo como um espelho de boa parte de nossa melhor produção de conhecimento científico, e como um farol que nos aponta direções e perspectivas, tem nos permitido perceber novas ênfases e preocupações que se delineiam no campo, novos conceitos e temáticas, novas interfaces, métodos e abordagens, novos materiais e processos, assim como reconstituições de fragmentos significativos da história relacionada.Nesta segunda edição do ano de 2021, chama muito a atenção a quantidade de artigos que trazem como ênfase o olhar sobre o usuário (a metade) em diferentes condições e contextos, e sob diversas perspectivas, evidenciando a centralidade do humano na pesquisa em design, seja voltada ao estudo de sua movimentação pelo espaço público ou privado, de peculiaridades ou limitações decorrentes de sua faixa etária, de suas condições de percepção e desenvolvimento ou de processos de aprendizagem. Aspectos da história do design, por sua vez, concentram o enfoque de três artigos, o primeiro voltado à tipografia, o segundo à atuação de artistas plásticas em interação com o design, e o terceiro, na trajetória de um artista gráfico e caricaturista em interação com o cinema e a imprensa. Ainda com relação às temáticas, a questão da sustentabilidade em sua relação com a materialidade, a cultura e o território constituem o tema central de um artigo, e o ativismo político do design no contexto da pandemia em nosso país, concentra o objeto de investigação de outro.Outro aspecto que merece ser mencionado em relação a esta edição diz respeito à autoria dos artigos, todas coletivas, tendo ao menos dois autores. Quão importante tem sido o diálogo e a produção do conhecimento em grupos de pesquisa em nossa área!Apesar das condições adversas, percebe-se o quanto as redes de conhecimento permanecem vivas e atuantes, muitas vezes envolvendo pesquisadores de universidades de diferentes regiões do país e mesmo do exterior, trabalhando de forma cooperativa.Finalmente, vale mencionar que se observa a busca por uma maior explicitação e sistematização dos métodos e procedimentos adotados nas pesquisas, de modo a deixar evidente o percurso realizado, a fundamentação das escolhas e os recortes adotados.Além disso, começa a sobressair o emprego de ferramentas digitais de apoio à coleta e análise de dados, seja pela difusão das novas tecnologias, maior familiaridade com elas entre os pesquisadores, ou como alternativa em função do distanciamento social imposto pela pandemia.A seguir, um breve comentário sobre cada uma das contribuições aqui reunidas.No primeiro artigo, “Identificando a origem de fontes tipográficas a partir de um catálogo de tipos: o repertório do Specimen de Tipos da Tipografia Hennies Irmãos”, Jade Samara Piaia e Priscila Lena Farias, da Universidade de São Paulo, trazem uma significativa contribuição à reconstituição da história da tipografia em nosso país, analisando o repertório tipográfico de uma oficina fundada em 1891, em São Paulo, por imigrantes alemães. Aplicando métodos que possibilitam o rastreamento das fundidoras originárias das fontes utilizadas, à análise de um catálogo produzido pela empresa, as autoras conseguem demonstrar que grande parte das fontes por ela utilizadas, tinha como origem a Alemanha.Já o artigo “Avaliação das propriedades tecnológicas das madeiras maranhenses voltadas para a fabricação de violões”, de David Guilhon, Karoline Monteiro Guimarães e Anna Karen Lima Lourenço, da Universidade Ceuma, analisa as propriedades de 23 madeiras locais disponíveis no Estado do Maranhão, em relação às exigências de cada parte que compõe o instrumento musical. Diante do problema da escassez de madeiras adequadas à sonoridade requerida pelo violão, novas perspectivas de projeto para o segmento são apontadas, mais compatíveis com os requisitos de sustentabilidade, além de possibilitar diferentes composições estéticas.Um estudo internacional, redigido em inglês, desenvolvido entre pesquisadores da Universidade de Santa Maria/Brasil, Chiba University/Japão e N.T.T Facilities/Japão, por sua vez, direciona a abordagem para o projeto na escala urbana: “A percepção de fachadas verdes e seus efeitos em usuários de espaços públicos”. Com foco no usuário, utilização de ambientes virtuais imersivos, métodos exploratórios estatísticos e escalas de avaliação, o artigo investiga como diferentes usuários avaliam as fachadas “verdes” do ponto de vista da melhoria do espaço público, além do efeito de diferentes composições formais e de coloração em sua percepção.Outro trabalho colaborativo, também com foco no usuário, neste caso voltado ao projeto de arquitetura e a um indivíduo bastante especial, é apresentado no artigo “Arquitetura sensível ao autista: quais diretrizes de projeto adotar?”, de autoria de Helena Rodi Neumann e Larissa Akemi Miyashiro, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e de Larissa Victorino Pereira, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A partir de uma fundamentação teórica que aborda a percepção do espaço pelas pessoas em geral e pelo público tratado em particular, as autoras fazem uma revisão bibliográfica de soluções projetuais benéficas indicadas por terceiros e analisam duas edificações projetadas com este enfoque, uma em São Paulo e outra em Campo Grande. Produzem, ao final, uma tabela com uma síntese de diretrizes e orientações para o projeto de espaços voltados ao público autista.O quinto artigo desta edição, “Espaços de formação e circuitos profissionais no design por meio das trajetórias de Irene Ruchti e Fayga Ostrower”, de Ana Julia Melo Almeida e Maria Cecília Loschiavo dos Santos, da Universidade de São Paulo, assim como o primeiro artigo, volta o olhar para a história do design em nosso país, entretanto com foco na produção mais próxima ao design, das duas artistas, nas décadas de 1950 e 1960. Ao considerar suas trajetórias, são investigadas as condições sociais que possibilitaram a elas o acesso aos espaços de formação e prática do design.“Coleta de dados sobre o usuário do produto de vestuário: identificação de técnicas e ferramentas”, apresentado por Elen Makara e Gisele Merino, respectivamente da Universidade Federal de Santa Catarina e da Universidade do Estado de Santa Catarina (região onde se encontra um dos maiores polos de vestuário do país), traz, com rigor metodológico, uma ampla revisão sistemática de literatura sobre o alvo final da investigação, mais uma vez, o usuário. A partir de 13 pesquisas selecionadas, provenientes de teses e dissertações nacionais, e de artigos científicos internacionais, foram identificados 10 procedimentos mais usuais adotados para coleta de dados sobre o usuário, na fase de planejamento e é ressaltada a importância de se priorizar este aspecto em todas as fases do projeto.Mais um artigo que direciona o olhar para o usuário do projeto de design, agora tomando como objeto de investigação os interiores residenciais, é “Qualidade visual percebida por idosos em cenas de salas de estar”, elaborado por Marina Holanda Kunst e Lourival Costa Filho, ambos da Universidade Federal de Pernambuco. O ponto de partida dos autores foram as evidências do envelhecimento da população brasileira. Defendendo a importância, para o idoso, da sensação de segurança e bem-estar em sua moradia; e tendo como suporte a Teoria das facetas, o Sistema de Classificações Múltiplas e a Análise da Estrutura de Similaridade, os autores aplicaram um questionário online junto a este público. A pesquisa empírica revelou que cenas de salas de estar tradicionais, com complexidade moderada e vistas desobstruídas influenciam na qualidade visual percebida.As relações entre ativismo e design no contexto de distanciamento social vivenciado desde 2020 no país, diante da pandemia da COVID-19, são exploradas em “Design ativista em quarentena: uma perspectiva brasileira”. Os autores, José Carlos Magro Jr., Monica Moura e Fernanda Henriques, todos da UNESP, analisam os efeitos dessa situação, como a ampliação das desigualdades sociais e observam o surgimento de iniciativas que discutem e criam alternativas de solução para o enfrentamento dos problemas. Três casos exemplares onde a prática do design teve papel relevante são analisados, fundamentando a reflexão final sobre a atuação do design na contemporaneidade.“Fausto Silvério Monteiro, o Fininho: um artista gráfico a serviço do cinema pernambucano do Ciclo do Recife”, de Isabella Ribeiro Aragão e Larissa Constantino Martins de Oliveira, traz mais uma abordagem histórica (ou pré-histórica) do design brasileiro, analisando a trajetória de um dos pr","PeriodicalId":34511,"journal":{"name":"Estudos em Design","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Editorial\",\"authors\":\"Cyntia Santos Malaguti de Sousa\",\"doi\":\"10.35522/eed.v29i2.1205\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Prezado leitor, Momentos de crise são oportunidades para reflexão, aprendizado, crescimento, mudança e resistência, mesmo quando eles apresentam desafios nunca experimentados, trazem sofrimento e impõem limitações, como a grave situação de pandemia por que passamos, acrescida pela desvalorização da pesquisa e do conhecimento científico em nosso país. 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Entretanto, sem o suporte de uma investigação comprometida, apoiada em referenciais teóricos coerentes; sem métodos científicos e ferramentas adequados para levantamento e análise de dados; sem a troca de experiências e interação entre pesquisadores e, sobretudo, sem a difusão criteriosa do conhecimento produzido dessa forma, o risco de se trilhar caminhos equivocados aumenta muito.Neste contexto, tem sido ainda mais fundamental e estratégico o papel da Revista Estudos em Design, há mais de 25 anos à frente da difusão da pesquisa em design no Brasil. Atuando ao mesmo tempo como um espelho de boa parte de nossa melhor produção de conhecimento científico, e como um farol que nos aponta direções e perspectivas, tem nos permitido perceber novas ênfases e preocupações que se delineiam no campo, novos conceitos e temáticas, novas interfaces, métodos e abordagens, novos materiais e processos, assim como reconstituições de fragmentos significativos da história relacionada.Nesta segunda edição do ano de 2021, chama muito a atenção a quantidade de artigos que trazem como ênfase o olhar sobre o usuário (a metade) em diferentes condições e contextos, e sob diversas perspectivas, evidenciando a centralidade do humano na pesquisa em design, seja voltada ao estudo de sua movimentação pelo espaço público ou privado, de peculiaridades ou limitações decorrentes de sua faixa etária, de suas condições de percepção e desenvolvimento ou de processos de aprendizagem. Aspectos da história do design, por sua vez, concentram o enfoque de três artigos, o primeiro voltado à tipografia, o segundo à atuação de artistas plásticas em interação com o design, e o terceiro, na trajetória de um artista gráfico e caricaturista em interação com o cinema e a imprensa. Ainda com relação às temáticas, a questão da sustentabilidade em sua relação com a materialidade, a cultura e o território constituem o tema central de um artigo, e o ativismo político do design no contexto da pandemia em nosso país, concentra o objeto de investigação de outro.Outro aspecto que merece ser mencionado em relação a esta edição diz respeito à autoria dos artigos, todas coletivas, tendo ao menos dois autores. 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Diante do problema da escassez de madeiras adequadas à sonoridade requerida pelo violão, novas perspectivas de projeto para o segmento são apontadas, mais compatíveis com os requisitos de sustentabilidade, além de possibilitar diferentes composições estéticas.Um estudo internacional, redigido em inglês, desenvolvido entre pesquisadores da Universidade de Santa Maria/Brasil, Chiba University/Japão e N.T.T Facilities/Japão, por sua vez, direciona a abordagem para o projeto na escala urbana: “A percepção de fachadas verdes e seus efeitos em usuários de espaços públicos”. 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Ao considerar suas trajetórias, são investigadas as condições sociais que possibilitaram a elas o acesso aos espaços de formação e prática do design.“Coleta de dados sobre o usuário do produto de vestuário: identificação de técnicas e ferramentas”, apresentado por Elen Makara e Gisele Merino, respectivamente da Universidade Federal de Santa Catarina e da Universidade do Estado de Santa Catarina (região onde se encontra um dos maiores polos de vestuário do país), traz, com rigor metodológico, uma ampla revisão sistemática de literatura sobre o alvo final da investigação, mais uma vez, o usuário. 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摘要
亲爱的读者,危机时刻是反思、学习、成长、改变和抵抗的机会,即使它们带来从未经历过的挑战,带来痛苦和限制,例如我们正在经历的严重流行病,加上我国研究和科学知识的贬值。在这种情况下,设计在质疑构成我们社会的不同个人和集体在其不同的背景、需求、愿望和世界观中所经历的多方面现实方面的作用变得更加重要;以及寻求和提出适当的解决办法,以实现更有尊严、公平和平衡的未来,并为所有人的福祉、参与和生活环境的再生提供更好的机会。然而,在没有坚定研究的支持下,在连贯的理论框架的支持下;没有足够的科学方法和工具进行数据收集和分析;如果没有研究人员之间的经验交流和互动,特别是没有以这种方式产生的知识的明智传播,走错误道路的风险将大大增加。在这种背景下,《设计研究》杂志的作用更加基本和战略性,在巴西设计研究的传播中领先了25年。同时扮演好镜最好的科学知识生产的一部分,就像一座灯塔,指引我们的方向和前景,让我们了解新的重点和关注如果大纲,新概念和主题领域,新接口,方法和方法,新材料和过程,就像那巨大的碎片的相关报道。第二版的2021年,注意文章的数量带来的表情强调用户(半)在不同的条件和环境,在不同的角度,比如以人类的研究设计,结构研究的动向的公共或私人的空间中,或是由于他的年龄,他的观念和发展条件和学习过程。设计历史的各个方面,反过来,集中了三篇文章的重点,第一篇是关于排版,第二篇是关于造型艺术家在与设计互动中的表现,第三篇是关于平面艺术家和漫画家在与电影和媒体互动中的轨迹。在主题方面,可持续性问题与物质性、文化和领土的关系是一篇文章的中心主题,而在我国流行病背景下的设计政治激进主义是另一篇文章的研究对象。关于这个版本,另一个值得提及的方面是文章的作者身份,所有文章都是集体的,至少有两位作者。在我们的领域,研究小组的对话和知识的产生是多么重要啊!尽管条件不利,我们注意到知识网络是多么的活跃和活跃,经常涉及来自该国不同地区甚至国外大学的研究人员,以合作的方式工作。最后,值得一提的是,我们观察到对研究中所采用的方法和程序的进一步解释和系统化的追求,以明确所采取的路径、选择的理由和所采取的削减。此外,由于新技术的传播、研究人员对新技术的更熟悉,或由于大流行造成的社会距离,数字工具的使用开始突出,以支持数据收集和分析。下面是对这里收集的每一项贡献的简要评论。在第一篇文章中,“识别印刷字体的起源从目录类型:标本的目录的排版Hennies兄弟”你,百玉翅果Piaia丽娜,圣保罗大学,却有重大贡献在打印机在我们国家历史的重演,背后的印刷目录工作室成立于1891年,圣保罗,移民德国。作者运用追踪铸造厂来源的方法,分析该公司制作的目录,可以证明该公司使用的大部分来源都来自德国。 我的文章“评估技术特点maranhenses木材出口制造吉他”,大卫Guilhon利马,卡罗琳-蒙泰罗吉马良斯和安娜·克伦大学的劳伦斯,Ceuma 23件家具的特性,在分析当地可用的马拉尼昂州,在设计的每个部分要求的乐器。面对缺乏适合吉他所需声音的木材的问题,提出了新的设计视角,更符合可持续性的要求,并允许不同的美学组成。来自巴西圣玛丽亚大学、日本千叶大学和日本N.T.T设施的研究人员用英语进行了一项国际研究,指导了城市规模的项目方法:“绿色立面的感知及其对公共空间使用者的影响”。本文以用户为中心,运用沉浸式虚拟环境、统计探索方法和评价量表,探讨不同用户如何从公共空间改善的角度评价“绿色”立面,以及不同形式构成和色彩对其感知的影响。另一个以用户为中心的协作工作,在这个案例中是针对建筑设计和一个非常特殊的个人,在文章“对自闭症敏感的建筑:采用什么设计指南?”作者是南马托格罗索联邦大学的Helena Rodi Neumann和Larissa Akemi Miyashiro,以及Mackenzie Presbiteriana大学的Larissa Victorino Pereira。从一个地址空间认知理论基础的人一般来说尤其是听众条约》,作者做一文献回顾projetuais方案无疑是种由第三方和分析两个建筑设计这个重点,在圣保罗和另一个大领域。最后,他们制作了一个表格,总结了针对自闭症公众的空间设计的指导方针和指导方针。五分之一的这个版本的文章,“职业培训和电路的设计空间的轨迹,艾琳Ruchti Fayga Ostrower”安娜朱莉娅·安东尼·玛利亚·塞西莉亚,Loschiavo dos Santos,圣保罗大学,就像一分之一的文章,回来看设计在我们国家的历史,同时关注最近两位艺术家的设计,生产,在1950年代和1960年代。考虑到他们的发展轨迹,研究了允许他们进入设计培训和实践空间的社会条件。“服装产品的收集用户的信息:识别技术和工具”,由艾伦接触之后,我们分别美利奴联邦大学的圣卡塔琳娜州和圣卡塔琳娜州州立大学(地区是一个国家最大的冰雪服装),方法严谨地后退,一个广泛的文献的系统回顾研究的最终目标,再一次,用户。从13选择研究,从国际科学理论和国内论文和文章,确定了10多手续进展收集用户的信息,在规划和优化的重要性凸显这方面在项目的每个阶段。伯南布哥联邦大学的Marina Holanda Kunst和Lourival Costa Filho撰写的另一篇文章是“老年人在客厅场景中感知到的视觉质量”,这篇文章将注意力转向了设计项目的用户,现在以住宅室内为研究对象。作者的出发点是巴西人口老龄化的证据。提倡老年人在家中感到安全和幸福的重要性;在面理论、多重分类系统和相似性结构分析的支持下,作者对这一受众进行了在线问卷调查。实证研究表明,中等复杂性、视野畅通的传统客厅场景对感知的视觉质量有影响。在“隔离中的设计活动家:巴西视角”中探讨了自2020年以来该国经历的社会距离背景下的行动主义和设计之间的关系。作者jose Carlos Magro Jr., Monica Moura和Fernanda Henriques都来自UNESP,分析了这种情况的影响,如社会不平等的扩大,并观察到讨论和创造解决问题的替代方案的倡议的出现。 本文分析了三个设计实践发挥相关作用的案例,并对当代设计的表现进行了最后的反思。“浮士德silverio蒙特罗,包包:比如电影院的服务周期从礁”,伊莎贝拉·阿拉贡和拉里萨·康斯坦丁马丁斯、更多的史前历史(或方法)在巴西的设计分析的rp的轨迹
Prezado leitor, Momentos de crise são oportunidades para reflexão, aprendizado, crescimento, mudança e resistência, mesmo quando eles apresentam desafios nunca experimentados, trazem sofrimento e impõem limitações, como a grave situação de pandemia por que passamos, acrescida pela desvalorização da pesquisa e do conhecimento científico em nosso país. Em circunstâncias como esta, mais importante se torna ainda o papel do design na problematização da multifacetada realidade experimentada pelos diferentes indivíduos e coletivos que compõem nossa sociedade, em seus diversos contextos, necessidades, anseios e visões de mundo; assim como na busca e proposição de soluções adequadas, que apontem para um futuro mais digno, justo, equilibrado e que ofereça melhores oportunidades de bem-estar, participação e regeneração de contextos de vida para todos. Entretanto, sem o suporte de uma investigação comprometida, apoiada em referenciais teóricos coerentes; sem métodos científicos e ferramentas adequados para levantamento e análise de dados; sem a troca de experiências e interação entre pesquisadores e, sobretudo, sem a difusão criteriosa do conhecimento produzido dessa forma, o risco de se trilhar caminhos equivocados aumenta muito.Neste contexto, tem sido ainda mais fundamental e estratégico o papel da Revista Estudos em Design, há mais de 25 anos à frente da difusão da pesquisa em design no Brasil. Atuando ao mesmo tempo como um espelho de boa parte de nossa melhor produção de conhecimento científico, e como um farol que nos aponta direções e perspectivas, tem nos permitido perceber novas ênfases e preocupações que se delineiam no campo, novos conceitos e temáticas, novas interfaces, métodos e abordagens, novos materiais e processos, assim como reconstituições de fragmentos significativos da história relacionada.Nesta segunda edição do ano de 2021, chama muito a atenção a quantidade de artigos que trazem como ênfase o olhar sobre o usuário (a metade) em diferentes condições e contextos, e sob diversas perspectivas, evidenciando a centralidade do humano na pesquisa em design, seja voltada ao estudo de sua movimentação pelo espaço público ou privado, de peculiaridades ou limitações decorrentes de sua faixa etária, de suas condições de percepção e desenvolvimento ou de processos de aprendizagem. Aspectos da história do design, por sua vez, concentram o enfoque de três artigos, o primeiro voltado à tipografia, o segundo à atuação de artistas plásticas em interação com o design, e o terceiro, na trajetória de um artista gráfico e caricaturista em interação com o cinema e a imprensa. Ainda com relação às temáticas, a questão da sustentabilidade em sua relação com a materialidade, a cultura e o território constituem o tema central de um artigo, e o ativismo político do design no contexto da pandemia em nosso país, concentra o objeto de investigação de outro.Outro aspecto que merece ser mencionado em relação a esta edição diz respeito à autoria dos artigos, todas coletivas, tendo ao menos dois autores. Quão importante tem sido o diálogo e a produção do conhecimento em grupos de pesquisa em nossa área!Apesar das condições adversas, percebe-se o quanto as redes de conhecimento permanecem vivas e atuantes, muitas vezes envolvendo pesquisadores de universidades de diferentes regiões do país e mesmo do exterior, trabalhando de forma cooperativa.Finalmente, vale mencionar que se observa a busca por uma maior explicitação e sistematização dos métodos e procedimentos adotados nas pesquisas, de modo a deixar evidente o percurso realizado, a fundamentação das escolhas e os recortes adotados.Além disso, começa a sobressair o emprego de ferramentas digitais de apoio à coleta e análise de dados, seja pela difusão das novas tecnologias, maior familiaridade com elas entre os pesquisadores, ou como alternativa em função do distanciamento social imposto pela pandemia.A seguir, um breve comentário sobre cada uma das contribuições aqui reunidas.No primeiro artigo, “Identificando a origem de fontes tipográficas a partir de um catálogo de tipos: o repertório do Specimen de Tipos da Tipografia Hennies Irmãos”, Jade Samara Piaia e Priscila Lena Farias, da Universidade de São Paulo, trazem uma significativa contribuição à reconstituição da história da tipografia em nosso país, analisando o repertório tipográfico de uma oficina fundada em 1891, em São Paulo, por imigrantes alemães. Aplicando métodos que possibilitam o rastreamento das fundidoras originárias das fontes utilizadas, à análise de um catálogo produzido pela empresa, as autoras conseguem demonstrar que grande parte das fontes por ela utilizadas, tinha como origem a Alemanha.Já o artigo “Avaliação das propriedades tecnológicas das madeiras maranhenses voltadas para a fabricação de violões”, de David Guilhon, Karoline Monteiro Guimarães e Anna Karen Lima Lourenço, da Universidade Ceuma, analisa as propriedades de 23 madeiras locais disponíveis no Estado do Maranhão, em relação às exigências de cada parte que compõe o instrumento musical. Diante do problema da escassez de madeiras adequadas à sonoridade requerida pelo violão, novas perspectivas de projeto para o segmento são apontadas, mais compatíveis com os requisitos de sustentabilidade, além de possibilitar diferentes composições estéticas.Um estudo internacional, redigido em inglês, desenvolvido entre pesquisadores da Universidade de Santa Maria/Brasil, Chiba University/Japão e N.T.T Facilities/Japão, por sua vez, direciona a abordagem para o projeto na escala urbana: “A percepção de fachadas verdes e seus efeitos em usuários de espaços públicos”. Com foco no usuário, utilização de ambientes virtuais imersivos, métodos exploratórios estatísticos e escalas de avaliação, o artigo investiga como diferentes usuários avaliam as fachadas “verdes” do ponto de vista da melhoria do espaço público, além do efeito de diferentes composições formais e de coloração em sua percepção.Outro trabalho colaborativo, também com foco no usuário, neste caso voltado ao projeto de arquitetura e a um indivíduo bastante especial, é apresentado no artigo “Arquitetura sensível ao autista: quais diretrizes de projeto adotar?”, de autoria de Helena Rodi Neumann e Larissa Akemi Miyashiro, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e de Larissa Victorino Pereira, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A partir de uma fundamentação teórica que aborda a percepção do espaço pelas pessoas em geral e pelo público tratado em particular, as autoras fazem uma revisão bibliográfica de soluções projetuais benéficas indicadas por terceiros e analisam duas edificações projetadas com este enfoque, uma em São Paulo e outra em Campo Grande. Produzem, ao final, uma tabela com uma síntese de diretrizes e orientações para o projeto de espaços voltados ao público autista.O quinto artigo desta edição, “Espaços de formação e circuitos profissionais no design por meio das trajetórias de Irene Ruchti e Fayga Ostrower”, de Ana Julia Melo Almeida e Maria Cecília Loschiavo dos Santos, da Universidade de São Paulo, assim como o primeiro artigo, volta o olhar para a história do design em nosso país, entretanto com foco na produção mais próxima ao design, das duas artistas, nas décadas de 1950 e 1960. Ao considerar suas trajetórias, são investigadas as condições sociais que possibilitaram a elas o acesso aos espaços de formação e prática do design.“Coleta de dados sobre o usuário do produto de vestuário: identificação de técnicas e ferramentas”, apresentado por Elen Makara e Gisele Merino, respectivamente da Universidade Federal de Santa Catarina e da Universidade do Estado de Santa Catarina (região onde se encontra um dos maiores polos de vestuário do país), traz, com rigor metodológico, uma ampla revisão sistemática de literatura sobre o alvo final da investigação, mais uma vez, o usuário. A partir de 13 pesquisas selecionadas, provenientes de teses e dissertações nacionais, e de artigos científicos internacionais, foram identificados 10 procedimentos mais usuais adotados para coleta de dados sobre o usuário, na fase de planejamento e é ressaltada a importância de se priorizar este aspecto em todas as fases do projeto.Mais um artigo que direciona o olhar para o usuário do projeto de design, agora tomando como objeto de investigação os interiores residenciais, é “Qualidade visual percebida por idosos em cenas de salas de estar”, elaborado por Marina Holanda Kunst e Lourival Costa Filho, ambos da Universidade Federal de Pernambuco. O ponto de partida dos autores foram as evidências do envelhecimento da população brasileira. Defendendo a importância, para o idoso, da sensação de segurança e bem-estar em sua moradia; e tendo como suporte a Teoria das facetas, o Sistema de Classificações Múltiplas e a Análise da Estrutura de Similaridade, os autores aplicaram um questionário online junto a este público. A pesquisa empírica revelou que cenas de salas de estar tradicionais, com complexidade moderada e vistas desobstruídas influenciam na qualidade visual percebida.As relações entre ativismo e design no contexto de distanciamento social vivenciado desde 2020 no país, diante da pandemia da COVID-19, são exploradas em “Design ativista em quarentena: uma perspectiva brasileira”. Os autores, José Carlos Magro Jr., Monica Moura e Fernanda Henriques, todos da UNESP, analisam os efeitos dessa situação, como a ampliação das desigualdades sociais e observam o surgimento de iniciativas que discutem e criam alternativas de solução para o enfrentamento dos problemas. Três casos exemplares onde a prática do design teve papel relevante são analisados, fundamentando a reflexão final sobre a atuação do design na contemporaneidade.“Fausto Silvério Monteiro, o Fininho: um artista gráfico a serviço do cinema pernambucano do Ciclo do Recife”, de Isabella Ribeiro Aragão e Larissa Constantino Martins de Oliveira, traz mais uma abordagem histórica (ou pré-histórica) do design brasileiro, analisando a trajetória de um dos pr