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A relação entre história e memória tem provocado um dos mais instigantes debates na contemporaneidade. A literatura documental de Svetlana Aleksiévitch e a autoficção de Régine Robin, embora distintas em sua forma, relacionam-se e perpassam inegavelmente por essa reflexão, especialmente quando evocam suas testemunhas de maneira sensível. As escritas de Aleksiévitch e Robin são, sobretudo, um exercício de ressignificação do passado, na medida em que os rearranjos narrativos que as sociedades contam ou se contam sobre o passado têm engessado uma memória manipulada. Na contramão disso, as autoras propõem que espiemos permanentemente através dos interstícios do passado e que tenhamos consciência de que a dinâmica da história consiste efetivamente num fluxo constante.