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Uma literatura do corpo em Perto do coração selvagem
Este ensaio argumenta que o romance de estreia de Clarice Lispector, Perto do coração selvagem (1943), traz à tona uma literatura para ser experienciada com o corpo em seus vários níveis de criação, a saber, o corpo da personagem, Joana, o corpo do texto e o corpo do leitor. A noção de corpo que adotamos é a do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty. A concepção de texto e de linguagem aproveitamos de ensaios de Roland Barthes. Sem reduzir a leitura do romance a mero pretexto para verificação de intuições teóricas, defendemos que importantes traços de toda a trajetória da autora já estão tensionados nesse primeiro livro, sendo o principal deles o reconhecimento de que o alcance artístico da linguagem está em seu aparente fracasso. Fazemos isso por meio de leitura apurada do referido romance.