{"title":"在“互惠利益”和“重新殖民化”之间","authors":"Cecilia Helena Salles Oliveira","doi":"10.14195/2183-8925_40_4","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo se propõe a discutir os modos pelos quais órgãos de imprensa, produzidos na Corte do Rio de Janeiro, entre 1821 e 1822, construíram narrativas para descrever e atribuir sentidos ao movimento de separação entre Brasil e Portugal. Parte dessas publicações valeu-se de expressões como «estado de Colônia» e «recolonização» para justificar e incentivar o rompimento com o Reino europeu. Outros periódicos, porém, mesmo indicando incompatibilidades entre propostas das Cortes e de províncias do Brasil, recusavam aquela premissa e a possibilidade de uma separação, até fins de 1822. A quase totalidade da produção historiográfica brasileira sobre o tema da Independência incorporou a «recolonização» como fato e não como versão política formulada por partidários da separação desde 1821, o que contribuiu para que uma interpretação, afinada com dirigentes da Corte do Rio de Janeiro, acabasse se transformando em «evidência» histórica, repetida à exaustão até hoje. Que interesses e concepções estariam na base desse entendimento?","PeriodicalId":42016,"journal":{"name":"Revista de Historia das Ideias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-06-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":"{\"title\":\"Entre \\\"reciprocidade de interesses\\\" e \\\"recolonização\\\"\",\"authors\":\"Cecilia Helena Salles Oliveira\",\"doi\":\"10.14195/2183-8925_40_4\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo se propõe a discutir os modos pelos quais órgãos de imprensa, produzidos na Corte do Rio de Janeiro, entre 1821 e 1822, construíram narrativas para descrever e atribuir sentidos ao movimento de separação entre Brasil e Portugal. Parte dessas publicações valeu-se de expressões como «estado de Colônia» e «recolonização» para justificar e incentivar o rompimento com o Reino europeu. Outros periódicos, porém, mesmo indicando incompatibilidades entre propostas das Cortes e de províncias do Brasil, recusavam aquela premissa e a possibilidade de uma separação, até fins de 1822. A quase totalidade da produção historiográfica brasileira sobre o tema da Independência incorporou a «recolonização» como fato e não como versão política formulada por partidários da separação desde 1821, o que contribuiu para que uma interpretação, afinada com dirigentes da Corte do Rio de Janeiro, acabasse se transformando em «evidência» histórica, repetida à exaustão até hoje. Que interesses e concepções estariam na base desse entendimento?\",\"PeriodicalId\":42016,\"journal\":{\"name\":\"Revista de Historia das Ideias\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2022-06-07\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"1\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista de Historia das Ideias\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.14195/2183-8925_40_4\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q4\",\"JCRName\":\"HISTORY\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Historia das Ideias","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14195/2183-8925_40_4","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
Entre "reciprocidade de interesses" e "recolonização"
Este artigo se propõe a discutir os modos pelos quais órgãos de imprensa, produzidos na Corte do Rio de Janeiro, entre 1821 e 1822, construíram narrativas para descrever e atribuir sentidos ao movimento de separação entre Brasil e Portugal. Parte dessas publicações valeu-se de expressões como «estado de Colônia» e «recolonização» para justificar e incentivar o rompimento com o Reino europeu. Outros periódicos, porém, mesmo indicando incompatibilidades entre propostas das Cortes e de províncias do Brasil, recusavam aquela premissa e a possibilidade de uma separação, até fins de 1822. A quase totalidade da produção historiográfica brasileira sobre o tema da Independência incorporou a «recolonização» como fato e não como versão política formulada por partidários da separação desde 1821, o que contribuiu para que uma interpretação, afinada com dirigentes da Corte do Rio de Janeiro, acabasse se transformando em «evidência» histórica, repetida à exaustão até hoje. Que interesses e concepções estariam na base desse entendimento?