{"title":"“教母”、“婆婆”和“朝圣者”","authors":"Rosângela Teixeira Gonçalves","doi":"10.36517/rcs.53.3.d04","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo é fruto da pesquisa de doutorado que teve como objetivo compreender a estrutura e o funcionamento do Primeiro Comando da Capital - PCC em três diferentes penitenciárias femininas localizadas no estado de São Paulo. Através da realização de trinta e cinco entrevistas com mulheres, sapatões, homens e mulheres transexuais, agentes penitenciários e visitantes das unidades prisionais, a investigação buscou analisar se os procederes do PCC, construídos a partir da hegemonia masculina, quando acionados no cotidiano das penitenciárias femininas, acabam por intensificar a opressão e ou a violência ou se conferem um caráter de representação e de legitimidade na defesa de direitos da população de mulheres presas.A pesquisa buscou ainda verificar como as relações são instituídas ou negociadas, a partir das posições ocupadas por irmãs, cunhadas e guerreiras e como são estabelecidas as relações com os membros do sexo masculino do PCC, os irmãos. A análise também versou a respeito dos batismos, punições e dos interditos para o batismo, principalmente no que diz respeito à orientação do afeto e da sexualidade, com o objetivo de compreender os impactos no cotidiano das prisões. Nas considerações finais o presente artigo aponta que ainda que muitas mulheres apresentem resistências ao PCC, o Comando se consolidou nos pavilhões das unidades penitenciárias femininas, realizando junto ao Estado a gestão das dinâmicas e do cotidiano nas penitenciárias femininas no estado de São Paulo.","PeriodicalId":53077,"journal":{"name":"Revista de Ciencias Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"“Madrinhas”, “cunhadas”, “irmãs” e “peregrinas”\",\"authors\":\"Rosângela Teixeira Gonçalves\",\"doi\":\"10.36517/rcs.53.3.d04\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente artigo é fruto da pesquisa de doutorado que teve como objetivo compreender a estrutura e o funcionamento do Primeiro Comando da Capital - PCC em três diferentes penitenciárias femininas localizadas no estado de São Paulo. Através da realização de trinta e cinco entrevistas com mulheres, sapatões, homens e mulheres transexuais, agentes penitenciários e visitantes das unidades prisionais, a investigação buscou analisar se os procederes do PCC, construídos a partir da hegemonia masculina, quando acionados no cotidiano das penitenciárias femininas, acabam por intensificar a opressão e ou a violência ou se conferem um caráter de representação e de legitimidade na defesa de direitos da população de mulheres presas.A pesquisa buscou ainda verificar como as relações são instituídas ou negociadas, a partir das posições ocupadas por irmãs, cunhadas e guerreiras e como são estabelecidas as relações com os membros do sexo masculino do PCC, os irmãos. A análise também versou a respeito dos batismos, punições e dos interditos para o batismo, principalmente no que diz respeito à orientação do afeto e da sexualidade, com o objetivo de compreender os impactos no cotidiano das prisões. Nas considerações finais o presente artigo aponta que ainda que muitas mulheres apresentem resistências ao PCC, o Comando se consolidou nos pavilhões das unidades penitenciárias femininas, realizando junto ao Estado a gestão das dinâmicas e do cotidiano nas penitenciárias femininas no estado de São Paulo.\",\"PeriodicalId\":53077,\"journal\":{\"name\":\"Revista de Ciencias Sociais\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-11-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista de Ciencias Sociais\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.36517/rcs.53.3.d04\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Ciencias Sociais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36517/rcs.53.3.d04","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O presente artigo é fruto da pesquisa de doutorado que teve como objetivo compreender a estrutura e o funcionamento do Primeiro Comando da Capital - PCC em três diferentes penitenciárias femininas localizadas no estado de São Paulo. Através da realização de trinta e cinco entrevistas com mulheres, sapatões, homens e mulheres transexuais, agentes penitenciários e visitantes das unidades prisionais, a investigação buscou analisar se os procederes do PCC, construídos a partir da hegemonia masculina, quando acionados no cotidiano das penitenciárias femininas, acabam por intensificar a opressão e ou a violência ou se conferem um caráter de representação e de legitimidade na defesa de direitos da população de mulheres presas.A pesquisa buscou ainda verificar como as relações são instituídas ou negociadas, a partir das posições ocupadas por irmãs, cunhadas e guerreiras e como são estabelecidas as relações com os membros do sexo masculino do PCC, os irmãos. A análise também versou a respeito dos batismos, punições e dos interditos para o batismo, principalmente no que diz respeito à orientação do afeto e da sexualidade, com o objetivo de compreender os impactos no cotidiano das prisões. Nas considerações finais o presente artigo aponta que ainda que muitas mulheres apresentem resistências ao PCC, o Comando se consolidou nos pavilhões das unidades penitenciárias femininas, realizando junto ao Estado a gestão das dinâmicas e do cotidiano nas penitenciárias femininas no estado de São Paulo.