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DOCÊNCIA PAYAYÁ: EDUCAÇÃO INDÍGENA E GEOGRAFIA PARA A ALTERIDADE
Nos movimentos de enfrentamento da colonialidade, uma educação descolonial ganha significado, no contexto brasileiro, nas ações afirmativas de promoção de uma educação antirracista e para a diversidade. Trata-se de um conjunto de ações que demandam mais do que mudanças epistemológicas, pois esbarram em questões fundantes das relações de identidade e diferença, de constituição do Eu e do Outro atravessadas pelo Humanismo eurocêntrico. A Educação Geográfica, em particular, tem o desafio de problematizar a colonialidade presente no discurso geográfico, o qual reproduz sistemas hierárquicos ocidentais que estão na base da própria formação do território e da sociedade brasileiros. Pensar uma educação indígena, portanto, pode receber uma outra dimensão se invertermos a direção da ação: não do conhecimento acadêmico-científico para as comunidades, mas partir das irrupções que traumatizam a centralidade do sujeito do conhecimento moderno. Neste sentido, este artigo argumenta a potencialidade da Docência Payayá, povo indígena do sertão da Bahia, para a construção de processos educativos indígenas e geográficos que se voltam para a Alteridade radical, na qual o próprio geográfico também é um Outro.