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Misticismo, sexualidade e relações de gênero no quietismo radical de Miguel de Molinos
O artigo examina a doutrina de Miguel de Molinos, exposta no Guia espiritual (1675), sua difusão em Roma e condenação pela Igreja (1687), bem como a do próprio teólogo pela Inquisição romana. Insere a citada doutrina no pensamento místico do século XVII, em particular no quietismo. Discute o caráter herético desta doutrina, relacionando-a à busca da santidade e da contemplação como meios de salvação espiritual. Avalia se a liberação dos desejos sexuais por esta doutrina é o ponto central de sua condenação como heresia. Expõe o caso do «grupo de Viseu», em particular o de Joana Maria de Jesus, baseado no processo do Santo Ofício de Lisboa. Relaciona a doutrina e a prática do chamado Molinosismo, uma espécie de Quietismo radical, com o modelo católico das relações de gênero e o combate à pastoral do medo em favor da desculpabilização dos pecados, ideal que muito favorecia as mulheres.