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Instrumentos musicais são geralmente pesquisados sob uma ótica eurocêntrica, que os observa enquanto objetos fixos e padronizados, a partir de aspectos físicos sobretudo visíveis, e os compara a instrumentos tidos como padrão oriundos sobretudo da música de concerto europeia. Tendo como mote principal a investigação da viola machete do samba de roda, este artigo cruza registros históricos e iconográficos da presença de instrumentos africanos no Brasil e dados coletados em campo com sambadores e luthiers de viola, desconstruindo a ideologia da origem europeia de instrumentos e práticas da música popular no Brasil. Busco demonstrar como instrumentos musicais não são meros objetos fixos passíveis de transferência imutável de uma cultura a outra, mas que, como os “seres vivos” que constituem seus materiais de construção em contextos tradicionais, são constantemente adaptados a diferentes contextos, sendo muitas vezes substituídos e ressignificados de acordo com a prática musical.