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O artigo analisa a obra Negrices em flor, da poeta, compositora e atriz negra Maria Tereza, explorando como a escrita poética da autora expõe a invisibilidade, o silenciamento e a subalternização de sujeitos produzidos no encontro e na violência colonial. Atenta à dupla subalternização da mulher negra, a escrita assume um discurso que se volta não apenas para o corpo negro, mas, mais especificamente, para o corpo feminino negro. Desse lugar de fala a escrita se constrói como testemunho de uma memória negra, enquanto ressignificar a diáspora como ato gerador de um “corposolo” também negro. Esse corposolo negro, contrariando a colonialidade do poder, afirma-se como um “pensamento crítico de fronteira” por meio do qual a voz lírica redefine as ideias de cidadania, democracia, direitos humanos e humanidade, conforme impostas pela modernidade europeia, para permitir ao sujeito negro, especialmente o feminino, ancorar sua existência em outras cosmologias e outras epistemologias.